domingo, junho 22, 2025
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Festival de cinema TRANS CINECLUBE celebra arte trans no Rio

Em meio as comemorações do mês do orgulho, na noite da última sexta-feira, 13 de junho, o CCJF (Centro Cultural Justiça Federal), localizado na Cinelândia, no Centro do Rio de Janeiro, foi palco de uma celebração vibrante e comovente da arte LGBT+ brasileira com o lançamento da 2ª edição do TRANS CINECLUBE, um festival de cinema produzido por pessoas trans, para todas as pessoas. Idealizada e realizada pela produtora cultural Manoela Menandro, pela atriz, produtora e ativista Wescla Vasconcelos (Trava Produções) e pelo diretor de produção audiovisual Vinicius Azevedo (Vibe Rio Produções), com apoio da RioFilme, a mostra, que reuniu público, artistas e contou com a presença dos realizadores, reafirmou a potência criativa da comunidade trans no audiovisual e nas artes performáticas.

Logo no início do evento, o público foi acolhido com um coffee break gratuito, que serviu variedades de pães, frios, lanches, frutas e opções veganas, cuidadosamente preparado e pensado para receber cada pessoa com carinho e atenção. Além disso, a programação dedicou uma hora inicial ao cuidado com a saúde mental e o bem-estar, oferecendo um espaço especial de escuta e acolhimento conduzido pela psicóloga Céu Pozzali, um gesto que reafirmou o compromisso do TRANS CINECLUBE com a criação de ambientes seguros e afetivos.

A programação oficial começou com a exibição de três curtas-metragens, todos dirigidos por cineastas LGBTs, que trazem propostas diversas:

  • “Capim Navalha”, de Michel Queiroz, é um mini documentário que aborda a vida de pessoas trans na Chapada dos Veadeiros, em Goiás. O filme levanta questões de biopolítica e promove reflexões sobre identidade de gênero através dos depoimentos de dois personagens, os homens trans Gaé Ricard Vierra e Gustavo Silva. Ambos os rapazes têm diferentes vivências e perspectivas sobre a transsexualidade e expõem suas experiências individuais com relatos interessantes e emocionantes.

  • Em “A Dita Filha de Claudia Wonder”, a atriz e diretora Wallie Ruy busca trazer dignidade para Claudia Wonder, uma multiartista trans brasileira que ficou famosa nos anos 80 e faleceu em 2010 sem conseguir mudar seu nome legalmente. Foi enterrada com o nome masculino de batismo e seu túmulo permanece abandonado, coberto apenas por terra batida, sem qualquer identificação. No curta, Wallie transita por episódios marcantes da trajetória de vida de Claudia desde sua infância, de forma sensível, em um paralelo com a sua própria história.

  • “Se eu tô aqui é por mistério”, de Clari Ribeiro, explora a ficção científica brasileira de forma divertida e descontraída, com humor e efeitos especiais. Acompanhamos a história da renomada bruxa Dália (Aretha Sadick), que chega ao porto carioca da cidade agora conhecida como Novo Rio, no ano de 2054, com a missão de recrutar pessoas trans que possuem “super poderes místicos” e estabelecer o clã mais poderoso que já existiu para, assim, derrotar a Ordem da Verdade. A premissa principal é que, no futuro, muitas pessoas serão trans, mas apenas algumas serão bruxas. Este filme ainda conta com a participação especial da grande atriz Zezé Motta, da dupla Irmãs Brasil e da atriz Bruna Linzmeyer como dubladora.

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Foto cedida pela organização do evento

Além do cinema, o palco foi tomado por performances arrebatadoras que emocionaram e levantaram a plateia nos intervalos entre os curtas. Brilharam nas apresentações:

  • Biancka Fernandes, que apresentou um monólogo emocionante sobre a violência diária sofrida por pessoas trans, e contou com a comovente homenagem à cozinheira Danielly Rocha, que foi assassinada em maio deste ano.

  • Andrômeda, que fez uma belíssima performance visual ao som de Purple Rain, do lendário cantor Prince.

  • Mauâzin, cantor de rap que agitou a galera com suas músicas que contam sua vivência como pessoa queer.

O encerramento da noite contou com um coquetel coletivo, criando um espaço afetuoso de celebração, troca e encontros.

A segunda sessão desta edição do TRANS CINECLUBE aconteceu gratuitamente na sexta-feira (20), também no CCJF (Cinelândia – RJ), e teve as exibições dos filmes:

MODELO MORTO, MODELO VIVO – Direção: Leona Jhovs e Iuri Bermudes.
PRECISO DIZER QUE TE AMO – Direção: Ariel Nobre.
NO MORE LONGING – Direção: Jaime Jobim e Connor O’Keefe.

As intervenções culturais entre os filmes ficaram por conta dos artistas Caio Porã, Olivia Gold e Rebecca Gotto.

A novidade é que o TRANS CINECLUBE veio para ficar, e acontecerá uma vez a cada mês até dezembro de 2025. Acompanhe as novidades e calendários nas redes sociais. 

Carol Freitas
Carol Freitas
Jornalista, copywriter, produtora cultural, criadora de conteúdo e fã girl. Uma carioca apaixonada pelos anos 2000, cinema, arte e cultura, que coleciona experiências em shows e eventos (e contando).

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