Elfy, O Duende Que Caiu do Céu / The BFG
David Jason, Amanda Root e Angela Thorne
Direção por Brian Cosgrove
Produzido pela Cosgrove Hall Films
Animação, Aventura, Drama
Dezembro, 1989
87 minutos
Alguém aí nasceu nos anos 80? Se sim, temos algo em comum. Talvez em algum momento de sua vivência, você se deparou com um senhorzinho “gigante” e bem orelhudo. Ele era conhecido como O Bom Gigante Amigo, ou simplesmente BGA.
Leia também o nosso #REVIEW de O Bom Gigante Amigo
O filme estreou no fim de 89 na Inglaterra, mas deve ter chegado no Brasil em meados dos anos 90, sob o título: Elfy, O Duende Que Caiu do Céu. Bem, já começa uma confusão logo com o nome não é mesmo? A não ser que você considere que duendes e gigantes estejam na mesma família. Mas antes de falar mais sobre sua história, vamos com sua produção.
O longa animado é baseado no livro de Roald Dahl, escritor britânico e autor de A Fantástica Fábrica de Chocolate e Matilda, só para citar alguns. Já na direção, temos Brian Cosgrove, criador de um desenho famoso lá no Reino Unido, intitulado Danger Mouse, que por sinal o dublador do rato branco é o mesmo do nosso amigo gigante, o ator David Jason. Para somar, temos a atriz Angela Thorne como Rainha da Inglaterra e Amanda Root no papel da pequena órfã Sophie.
Terra de Gigantes
A trama começa em um orfanato em uma cidade que remete a antiga Londres do começo do século passado. Nele, vive Sophie, uma assídua leitora de livros que é raptada por um gigante, já que ela acabou testemunhando suas “ações misteriosas” pela noite. O Bom Gigante Amigo leva a garota para a Terra dos Gigantes, e não quer “devolver” a pequena garota à civilização, já que isto acarretaria em diversos problemas para os grandalhões – e acho que para a gente também. Um detalhe interessante: Elfy ou BGA, é o menor dos que lá habitam.
No momento em que a animação passeia pela Terra dos Gigantes, somos apresentados ao cotidiano daquele velho gigante, passando por um gosto um tanto quanto peculiar de sua alimentação, por seu modo de falar estranho e caricato, e o mais incrível: Ele sai pela noite com a missão de fazer com que as crianças tenham bons sonhos, moldando-os de forma mágica e criativa.
O empecilho fica por conta do bullying que BGA acaba sofrendo de seus conterrâneos gigantões, estes, todos com uma aparência medonha e longe do semblante “velhinho querido”, como de BGA. Mas eis que o maior problema: eles comem humanos… principalmente crianças!
Premissa Simples
Mesmo o filme tendo toda sua carga fantástica e sonhadora, “Elfy, O Duende Que Caiu do Céu” é uma história sobre a amizade, praticamente aquela troca sentimental entre neto(a) e avô(ó). Enquanto que de um lado temos a pequena Sophie, que mesmo com outras dezenas de crianças, temos a impressão de que ela vive de forma sozinha e independente. Do outro, temos o BGA, excluído do círculo social dos gigantes e que também vive sua vida de forma independente. Ambos, um tanto quanto cabeça dura e no decorrer da animação, a tomada de decisão de um ou outro é vital para que a trama engrene, dando a entender de que um é necessário na vida do outro.
Por questões de ser uma característica das animações europeias da época, não tem porquê crucificar a dinâmica da animação, já que hoje estamos acostumados com edições e roteiros mais rápidos, com cenas extremamente preenchidas de easter-eggs, cliffhangers e detalhes. Por conta disso, ao assistir, você pode sentir-se um pouco incomodado e entediado com certas passagens, e um detalhe: até o humor da animação é datado.
Objetivos
Apesar da premissa simples e roteiro linear, tem alguns pontos de reflexão que vamos nos perguntando enquanto assistimos. Alguns, não são respondidos. Podemos começar com “Sophie deveria voltar ao orfanato ou viver sua nova vida de aventuras?”, “Como BGA resolveria sua treta com os outros gigantes?” e “Quais as origens de BGA?”.
Confesso que algumas das questões levantadas enquanto assistia “Elfy, O Duende Que Caiu do Céu” foram respondidas só agora com o remake em live-action de 2016 (já que não li o livro), entretanto e como já dito anteriormente, a profundidade que buscamos num filme deste, é cavada por nós mesmos. A premissa é simples e o cotidiano de um gigante, é como o nosso cotidiano, o de um humano.
Já que vocês gostam de comparativos, estarei fazendo no #REVIEW de “O Bom Gigante Amigo (2016)”.