Baraldi
    Baraldi
    Editor, escritor, gamer e cinéfilo, aquele que troca sombra e água fresca por Netflix e x-burger. De boísta total sobre filmes e quadrinhos, pois nerd que é nerd, não recusa filme ruim. Vida longa e próspera e que a força esteja com vocês.

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    Dora e a Cidade Perdida | Review

    A primeira impressão, o anúncio de um filme adaptado do desenho Dora Aventureira parecia um absurdo, até ser assistido, e ao gostar do filme, todo o preconceito cai por terra com Dora e a Cidade Perdida.

    Alguns comparam com Os Goonies, outros lembrarão de Indiana Jones e talvez Tomb Raider, mas por um motivo, um filme de aventura pode parecer como muitos já feitos, contudo pela sua escassez desse gênero no cinema faz com que o que está assistido seja uma experiência maravilhosa e uma nostalgia pura, sem esquecer que se trata de um filme infantil.

    Aventura à moda antiga

    A comparação com filmes antigos é porque todos os elementos estão presentes em uma aventura, perigos da selva, tribos selvagens e tesouros perdidos, tudo isso desenvolvido por um grupo com pessoas mais aleatórias possível, e sempre com um protagonista que consegue não só ser o herói como ofusca os outros membros do grupo, como foi com Indiana Jones, Dora (Isabela Merced) trouxe todos os três jeitos da personagem do desenho, e ainda conseguiu desenvolver ainda mais a personalidade dela, escalando de nível infantil para algo mais adolescente ou dentro dessa idade, sem deixar de lado as referências do desenho.

    Dora demonstra ingenuidade, simplicidade, típico morador do interior que vai morar na cidade grande, mas ao invés de um medo de grande multidões, a mesma é o diferencial, pessoas com seu cotidiano monótono e sua fotografia cinza dando lugar a uma garota sorridente e cores vivas, a atenção não está só no visual, mas na personalidade de Dora, apesar dela sofrer com a mudança de ambiente, ela prova de seu símbolo de aventureira que nada a atinge facilmente, contudo o acúmulo de acontecimentos faz com ela absorva cada vez mais e se mostra abatida a ponto de aparecer com uma blusa cinza em cena, a fotografia x roteiro foi algo impecável para qualquer cinéfilo aplaudir.

    Maduro x Infantil

    Porém esse padrão infantil que escala para algo mais maduro traz alguns incômodos, começando que muitas situações de perigo conseguiam te trazer um certo medo pelos personagens, mas a situação se resolvia de forma fácil e simples, te tirando um pouco do filme, pode não ser considerado um grande problema, pois ainda se trata de um filme infantil, mas com o desenrolar da história, esse padrão vai oscilando entre maduro e infantil de uma forma mais dinâmica, trazendo uma certa confusão, podendo atrapalhar o filme para algumas pessoas.

    Ele ousa sair do padrão infantil em alguns momentos para trazer cenas de falso suspense e mistérios que estão acima de um raciocínio para crianças, contudo se resolve em situações cômicas ou momentos engraçados com algum personagem, se mostrando um absurdo tamanho que se destaca negativamente em um roteiro tão bem trabalhado, todavia o conjunto da obra funciona e prende a todas as idade no quesito diversão e aventura.

    Cativante!

    Rotulá-lo de “Os Goonies da nova geração” não é um exagero, ele é cativante por cada personagem em tela, te prende nas cenas de perigo, mistérios resolvidos feito enigmas do Indiana Jones e gangue de bandidos armados feito Tomb Raider que conseguem trazer perigo para a protagonista, o gênero de aventura faz falta no cinema, existe os furos e as situações resolvidas de acordo com o roteirista, mas porque ninguém pegou esse gênero e amadureceu como fizeram com filmes de ação, romances e até heróis, as próprias cinebiografias estão conseguindo trabalhar pontos novos.

    Consertar os filmes de aventura para algo mais próximo do real traria uma experiência muito melhor que filmes antigos, onde o perigo assusta e a situação têm que ser resolvida de alguma maneira menos fantasiada, tirando um pouco da nostalgia e evoluindo o gênero para algo bem mais trabalhado, o filme da Dora pode ser infantil e ter alguns pontos que ultrapassam a suspensão de descrença, mas a trama consegue te prender pelos perigos e outros acontecimentos com o grupo principal, fazendo dele uma adaptação além de respeitada, uma obra adorada pelo público.

    Uma ótima adaptação!

    Por ser um nível infantil, situações mais tensas se transformam em absurdas para te fazer rir, e não ter um nível escrachado de comédia coloca esse filme em alto padrão de qualidade, pois piadinhas extrapoladas em filmes de ação já estão ficando batidas e insuportáveis, até alguns momentos em cena, por mais absurdas que sejam, conseguem te entreter, mesmo parecendo ridículas, porém não extrapolam como os filmes populares, isso é um ponto um tanto curioso, pois Dora não veio para ser um filme grandioso, mas se portou como um e superou algumas das produções populares do ano, provando que uma adaptação pode ser bem feita e respeitar os fãs da obra primária, claro que deve fazer o balanceio com um filme infantil, porém uma produção feita para todas as idades precisa ser bem adaptada, e Dora acertou em cheio quando o objetivo era ser um bom filme.

    Dora e a Cidade Perdida é uma adaptação focada no público infantil, flerta com todas as idades, diverte a todos os gostos e conquista a todo mundo, Dora e a Cidade Perdida é o típico filme que aparenta ser um exagero, rotulado de infantil e bobo, mas faz jus ao ditado: “nunca julgue um livro pela capa”; acertando em cheio em um filme adaptado de um desenho divertido e educativo para as crianças, e provavelmente adorado por adolescente e adultos de hoje em dia.

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    Editor, escritor, gamer e cinéfilo, aquele que troca sombra e água fresca por Netflix e x-burger. De boísta total sobre filmes e quadrinhos, pois nerd que é nerd, não recusa filme ruim. Vida longa e próspera e que a força esteja com vocês.

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