segunda-feira, outubro 6, 2025
VISITE NOSSA LOJA

Compartilhe:

Do Flash ao Sirius | O grandioso espectro da luz e a ciência brasileira

O super-herói Flash é um famoso personagem das histórias em quadrinhos da DC Comics que possui supervelocidade e reflexos sobre-humanos. Foi criado por Gardner Fox e Harry Lampert, e sua primeira aparição ocorreu em janeiro de 1940 na revista Flash Comics #1.

Uma curiosidade (ou não, caso você, caro leitor, seja um fã) é que o titulo do super-herói já pertenceu a várias personagens ao longo dos anos, como Jay Garrick, Wally West, Bart Allen e Barry Allen (o mais popular). Este era cientista forense e adquiriu seus poderes após um acidente causado por produtos químicos, quando seu laboratório foi atingido por um raio. 

Além dos quadrinhos, o personagem escarlate ganhou desenhos animados, séries de TV e de streaming, além de filmes. Dentro dessa versão, o super-herói obtém seus poderes depois da explosão de um acelerador de partículas.

flash
Flash / Imagem Divulgação

Mas falando em velocidade, a “coisa” mais rápida, do universo conhecido, é a luz, que é considerada um “limite absoluto”, pois nada com massa pode viajar mais rápido que ela. 

Mas… E o que é a luz? 

A Luz é uma forma de radiação eletromagnética, cuja sua velocidade, no vácuo, é de aproximadamente 300 mil km/s (para você ter ideia, caro leitor, leva cerca de 8 minutos para a luz proveniente do sol atingir o nosso planetinha azul). Porém, a Luz não é uma só, ela possui diversas frequências, dá uma olhadinha na imagem abaixo: 

Imagem: reprodução / ogatodacaixa

Dentro deste contexto, há a luz sincrotron, que, de forma simplificada, seria “uma luz capaz de extrair e obter” dado, informações sobre as propriedades físicas, biológicas e químicas de materiais em um nível molecular, desde o infravermelho, passando pela luz visível e pela radiação ultravioleta e chegando aos raios X, quando pacotes de elétrons são acelerados a 99,99% da velocidade da luz. O seu amplo espectro permite realizar diferentes tipos de análise com as diferentes radiações que a compõem. Já seu alto brilho permite experimentos extremamente rápidos e a investigação de detalhes dos materiais na escala de nanômetros. Com a luz síncrotron é também possível acompanhar a evolução no tempo de processos físicos, químicos e biológicos que ocorrem em frações de segundo. Essa luz é gerada em um acelerador de partículas. E sim, leitor, temos um, no Brasil!

O Sirius, dentro do Laboratório de Luz Síncrotron (LNLS) do Brasil, localizado na cidade de Campinas (SP). É a nova fonte de luz síncrotron brasileira, é a maior e mais complexa infraestrutura científica já construída no País. É uma infraestrutura aberta, à disposição da comunidade científica brasileira e internacional, desenvolvida no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) – Organização Social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). Sirius é financiado com recursos do MCTI e projetado por pesquisadores e engenheiros do CNPEM, em parceria com a indústria nacional.

São 10 linhas principais que possibilitam o desenvolvimento das pesquisas. Cada linha recebe um nome de algum componente da fauna ou flora brasileira com alguma conexão com a técnica ali realizada. Há apenas 3 destes no mundo, o que o torna especial e complexo.

Deixo aqui algumas fotos desse lugar incrível que parece saído diretamente das páginas de quadrinhos!

maquete sirius
Maquete representativa do Sirius
sirius sincotron campinas
Foto: @sucodm / Gabby
sirius sincotron campinas
Foto: @sucodm / Gabby
sirius sincotron campinas
Foto: @sucodm / Gabby

Uma curiosidade interessante: cada andar possui o “nome” da altura em relação ao mar que se encontra. Na foto acima, o nível 610 seria o andar correspondente a 610m em relação ao nível do mar.

sirius sincotron campinas

sirius sincotron campinas
Foto: @sucodm / Gabby
sirius sincotron campinas
modelo ilustrativo da linha Mogno / Foto: @sucodm / Gabby
sirius sincotron campinas
Um dos eletroímãs utilizados no anel gerador de luz síncroton / Foto: @sucodm / Gabby

A esquerda,  e, a direita, um dos eletroímãs utilizados no anel gerador de luz síncroton.

sirius sincotron campinas
Por dentro do anel / Foto: @sucodm / Gabby

Caso o seu interesse seja tão grande quanto o meu, deixo aqui o Webdoc produzido pela CNPEM: 

Agradecimentos: aos meus novos amigos Marcello e Eduardo por terem nos guiado nessa visita fantástica e aos antigos (mas não menos essenciais amigos) Chico e Luan, por terem topar me acompanhar nessa aventura!

Gabby Roveratti
Gabby Roveratti
Naturalmente curiosa, cientista e apaixonada por metal. Adora flertar com a divulgação cientifica e sempre busca justificativas para legitimar seus hiperfocos.

Leia mais

PUBLICIDADE

Suco no YouTube

Em destaque