Bem-vindos ao Vintage et Underrated, a coluna que une o antigo que não sai de moda e o underground que todo mundo adora, ou deveria. Pra hoje, vamos falar de um clássico de mecha dos anos 90 que praticamente revelou o mundo dos animes para o Brasil!

Sobre Detonator Orgun

O anime estreou no Japão em 1991 pela AIC, com direção de Masami Oubari (Bubblegum Crisis e Fatal Fury) contendo apenas 3 episódios. Ainda, possui uma light novel e o jogo de videogame para Sega CD (isso aqui é coluna pra falar de coisa velha…).

Com cenas de ação maravilhosas e o bom e velho futuro distópico (que o ser que aqui vos fala AMA de paixão), Detonator Orgun faz parte da boa leva de animes de mecha que trabalham com o conceito de robôs que estão mais para armaduras sencientes (lembra um pouco a ideia dos robôs de Gundam Iron Blooded Orphans ou dos EVA de Evangelion).

Além disso, o personagem principal é o clássico estudante que tava super de boas vivendo a sua vida, até que acontece algo absurdo que o faz usar a armadura contra uma raça humanóide meio máquina. O anime ainda possui uns elementos de esoterismo e profecias, bem comum nos enredos do final dos anos 80 e começo dos anos 90.

Algumas inconsistências

No entanto, há alguns pontos um pouco complexos e meio soltos na obra, que deixam a impressão de que o autor queria que aquilo fosse uma história bem maior. Como não possui mangá, apenas uma light novel que não acrescenta muitos detalhes à história, certos pontos ficam um pouco perdidos na história.

Primeiro, os próprios Evoluders, cuja a origem lembra até um pouco filmes como Pandorum. Eles são descritos como seres muito bélicos, mas não exatamente de vida eterna. Assim, deixa meio inexplicado como o vilão da história tornou uma nação que aparentemente é muito tranquila — como se releva em determinada parte da história —, numa máquina de guerra desenfreada e a conclusão final sobre a liderança da nação (spoiler depois da sinopse).

Segundo, a EDF (Earth Defense Force), que nada mais é que a PM global com uma boa assessoria de imprensa. No decorrer do anime, fica claro que eles tentam ser pintados como os possíveis vilões ou pelo menos vilões secundários do anime. Contudo, essa imagem é passada no rolo compressor com a chegada dos Evoluders, já que eles tomam uma coça violenta. Talvez se o anime fosse maior, possivelmente a EDF teria se tornado um problema maior.

O legado da U.S. Mangá

É super importante lembrar que Detonator Orgun foi basicamente a obra que inaugurou o saudoso U.S. Mangá da antiga Rede Manchete.

Você pode até estar pensando “pera, que diabo é isso?”. Então, vou te contar que houve um tempo em que dava pra ver anime na TV aberta às 18h assim que a turma do turno da tarde chegava em casa a partir de 1996.

Antes que alguém pergunte, ninguém está dizendo que esse foi o PRIMEIRO ANIME exibido em terra brasilis. Porém, foi o primeiro a passar na Manchete, que se tornaria um marco na infância de todo otaku old school o suficiente.

Pontos Positivos

  • Cenas de ação incríveis
  • Plot interessante
  • Design de mechas 10/10

Pontos Negativos

  • História curtinha (só 3 OVAs)
  • Pontas soltas
  • Desenvolvimento de personagem muito acelerado

Curiosidade super interessante! Como Detonator Orgun obviamente tem DUBLAGEM em português temos no casting de dubladores ninguém menos que Marcelo Campos (Edward Elric de Fullmetal Alchemist) com o herói Tomoru Shindou e Manolo Rey (o Miranha clássico do Tobey Maguire) como o vilão Kumi Jefferson.

Detonator Orgun
Imagem Divulgação

Sinopse: Em 2922, um estudante universitário comum começa a ter diversos sonhos proféticos sobre uma invasão alienígena e um misterioso mecha rebelde, que logo se tornarão realidade e revelarão que ele é a última esperança de sobrevivência da raça humana.