terça-feira, abril 22, 2025
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Desconhecidos | Review

Desconhecidos, filme dirigido por JT Mollner, distorce o suspense e fez algo que há tempos não sentia: fiquei apreensivo e curioso pela progressão do enredo.

Assisti ao filme e você confere agora o que achei deste curioso e intenso exercício de distorção de gênero, feito por Mollner.

CUIDADO!! ESSE TEXTO CONTÉM SPOILERS!!

Desconhecidos, ou como prefiro, Strange Darling

O diretor, também roteirista do longa, entrega a resposta do enredo em seu título. Entretanto, não em português, mas em sua língua-mãe: Strange Darling, algo como Querida Estranha em tradução direta.

Personagens distorcem o suspense

Na maioria dos filmes de suspense, o vilão normalmente é representado de forma direta. Visual assustador, algum passado que o leva a cometer atrocidades e, na maioria dos casos, um homem.

Desconhecidos carrega todas essas características em sua introdução – spoilers adiante – onde um homem, interpretado por Kyle Gallner, atira e persegue uma mulher, interpretada por Willa Fitzgerald. Essa dinâmica de gato e rato se sustenta por um período do filme e torcemos pela “donzela indefesa”.

Porém, com o passar do filme, um ponto de interrogação surge: “pera aí, tá certo isso?

Desconhecidos e uma estrutura “estranha”

O filme faz um pingue pongue entre diferentes períodos do dia. Começa no capítulo 3, vai para o 5, volta para 1… você entendeu. No entanto, ao invés de causar estranheza, isso intensifica a sensação de cair numa interminável toca do coelho que o filme quer passar.

Isso acontece pois, a cada capítulo, entende-se que a “donzela indefesa”, pode não ser tão indefesa assim. Em determinado momento ela mata alguém que estava tentando ajudá-la. Pessoa que, pela estrutura narrativa, pensava-se que tinha sido morta pelo perseguidor.

É neste momento que o filme dá um cavalo de pau e faz você questionar as motivações dos personagens. Além disso, graças a essa brincadeira com a linha do tempo, o filme aponta o dedo no rosto e diz: não seja tão precipitado em seu julgamento.

Descobre-se que garota é uma serial killer, chamada de A Mulher Elétrica, e o homem quase foi mais uma vítima, drogado por ela em um dos flashbacks/capítulos. Entretanto, o que ela não esperava, é que ele fosse um policial e isso dá seguimento a todos os acontecimentos do filme.

Fotografia dá pistas

Conforme a narrativa progride, o filme espalha migalhas de pão — um prêmio aos atentos. Os enquadramentos, o uso de cores quentes e frias, a dessaturação utilizada para nos enganar.

Um belo trabalho de Giovanni Ribsi, diretor de fotografia de Desconhecidos.

Desconhecidos acelera em seu fim

Por mais que o filme tenha muitas qualidades, o fim deu a sensação de que parecia que o orçamento tinha estourado e precisavam encerrar logo. A construção, o suspense e twist encontra seu ápice faltando pouco tempo para o filme acabar e a partir daí, dois passeios de carro, literalmente, encerram a narrativa.

Ficou estranho e, para mim, foi um final amargo. Não tira os créditos do filme e acho que vale a pena ser assitido, mas foi estranho.

Veredicto

Desconhecidos acerta ao distorcer o gênero e leva os espectadores a uma viagem louca pela narrativa, tentando entender o que está acontecendo. Pode não ser um filme que vai mudar a sua vida, mas a tentativa de fazer algo diferente faz com que valha a pena o seu tempo.

SINOPSE

Em Desconhecidos, um thriller tenso e imersivo escrito e dirigido por JT Mollner, apresenta a premissa de um predador implacável no qual persegue uma mulher ferida pela natureza selvagem do Oregon. Ela faz o possível para se manter um passo à frente de seu agressor, mas a cada momento de tensão, sua força diminui e sua capacidade de sobreviver é cada vez mais comprometida. O agressor, um homem com uma missão cruel, está determinado a capturar sua presa, e é apenas uma questão de tempo até que isso aconteça. O filme, tem a intenção de apresentar o público à uma dramatização dos últimos meses conhecidos de um assassino em série, começa com um caso isolado e rapidamente se transforma em uma onda de assassinatos brutais. A narrativa intensifica-se conforme o serial killer avança, elevando a tensão e o desespero até o clímax final.
Rodrigo Folter
Rodrigo Folter
Jornalista gamer ou gamer jornalista, as duas características costumam se entrelaçar. Nasci em São Paulo e morei alguns anos no litoral antes de voltar à capital e me formar em Comunicação Social pela FIAM-FAAM. Crio conteúdo sobre games, cinema e tecnologia desde 2017 e fui co-autor do livro "Cinema Virado ao Avesso: Erotismo, Poesia e Devaneios", além de palestrar em algumas universidades de vez em quando. Nas horas vagas estou jogando viajando, jogando Overwatch, LoL ou brincando com meu gato.

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Em Desconhecidos, um thriller tenso e imersivo escrito e dirigido por JT Mollner, apresenta a premissa de um predador implacável no qual persegue uma mulher ferida pela natureza selvagem do Oregon. Ela faz o possível para se manter um passo à frente de seu agressor, mas a cada momento de tensão, sua força diminui e sua capacidade de sobreviver é cada vez mais comprometida. O agressor, um homem com uma missão cruel, está determinado a capturar sua presa, e é apenas uma questão de tempo até que isso aconteça. O filme, tem a intenção de apresentar o público à uma dramatização dos últimos meses conhecidos de um assassino em série, começa com um caso isolado e rapidamente se transforma em uma onda de assassinatos brutais. A narrativa intensifica-se conforme o serial killer avança, elevando a tensão e o desespero até o clímax final.Desconhecidos | Review