Luiza Vieira
    Luiza Vieira
    Escorpiana, uma mistura de naftalina, Jrock, Post Punk e anime velho.

    EXPERIMENTE TAMBÉM

    Claudine | Vintage et Underrated

    Bem-vindos ao Vintage et Underrated, a coluna que une o antigo que não sai de moda e o underground que todo mundo adora, ou deveria. Essa semana vamos dar seguimento a sessão choro porque eu não gosto de Carnaval, então vou fazer um mês inteiro de reviews da Riyoko Ikeda só pra arrancar lágrimas de todo mundo, porque eu não tenho coração. Foi substituído por naftalina.

    Sobre Claudine

    Mais um trabalho pra fazer a gente ficar naquela bad vibe maravilhosa que dona Ikeda (Rosa de Versalhes, Orpheus no Mado) sabe deixar a gente. Assim, Claudine se trata de uma obra mais underground da autora, mas que tem um peso emocional até maior que suas obras mais famosas.

    A história tem apenas dois capítulos e foi lançada primeiro em revista semanal (aquelas maravilhosas que traziam histórias como Bride of Deimos e Marmalade Boy). Mais tarde ganhou um volume único com edição de luxo que ganhou tradução para o inglês.

    Infeliz ou felizmente, Claudine não tem versão animada, apesar de ser uma obra importante, já que é um dos primeiros mangás com uma protagonista transgênero, recebendo inclusive inúmeras críticas muito positivas quando chegou ao ocidente. Afinal, é uma das pouquíssimas obras que trata do assunto de forma tão dedicada e principalmente sem relegar ao personagem, uma escrita ambígua ou uma ideia abstrata que fica só na mente do leitor.

    Claude é apresentado como um personagem transexual ao longo de toda a história e ao final dela, sem rodeios e sem meias palavras.

    Enredo e primeiras impressões

    ALERTA DE GATILHO – Se você é pessoa trans e tem gatilhos graves com disforia, LEIA COM CUIDADO E DE PREFERÊNCIA QUANDO VOCÊ ESTIVER BEM

    Essa não é uma história muito fácil de digerir, essa é a verdade. A começar, o enredo tem um certo distanciamento que emula super bem como psiquiatras e psicólogos da época lidavam com as questões de gênero. A novidade nesse caso é a aceitação da maior parte da família em relação à transição de Claude.

    Infelizmente nem tudo são rosas, a história toda faz questão de ser bem cruel, principalmente quando você percebe o somatório da questão de discriminação e as desventuras amorosas do protagonista o levam a sua trágica e cruel conclusão em relação a si mesmo.

    Claude vive três paixões, duas delas arruinadas por homens de sua própria família, o que torna a trama ainda mais pesada, principalmente após o embróglio com o próprio pai e um amante (homem mesmo, esse mangá é salada de bafão familiar).

    Com um estilo artístico já típico da autora, o mangá mantém a linha de belos e finos traços. Por um lado, direito da artista de manter o mangá do jeito que ela quer, por outro, é um pouco complicado pois acentua as características mais delicadas do personagem, o que dá uma carga ainda mais triste pro problema de autoimagem todo o tempo.

    Enfim, se você quer se emocionar, chorar e ver barraco, Claudine é para você.

    Pontos positivos

    • Personagens lindíssimos;
    • Enredo envolvente;
    • Barraco, bafão e tragédia.

    Pontos negativos

    • Cheio de gatilho para pessoas trans;
    • Algumas vezes as descrições podem incomodar, apesar de fazerem parte da história.

    Claudine

    Sinopse: Um médico narra a história de vida e os amores de um de seus pacientes da aristocracia, Claude, que foi designado como mulher no nascimento, mas sempre se identificou como homem.

    CONHEÇA O MANGÁ

    Luiza Vieira
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    Escorpiana, uma mistura de naftalina, Jrock, Post Punk e anime velho.

    EXPERIMENTE TAMBÉM!

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