Assitindo Capitão América: Admirável Mundo Novo, tive a mesma sensação que Eternos trouxe: um filme dirigido por dois diretores. E sim, eu sei que não foi o caso, o único diretor que aparece nos créditos é Julius Onah. Mesmo assim, passa essa sensação.
Deixe-me explicar.
Capitão América: Admirável Mundo Novo, uma bagunça explosiva
O longa sustenta-se em um tema complexo: legado. O Capitão América (Anthony Mackie) no MCU é um personagem icônico, símbolo de liberdade, esperança e a luta contra a opressão — brilhantemente apresentado por Chris Evans.
Sam, o sucessor, sente o peso e isso é apresentado nas cenas mais intimistas ou mesmo expositivas do longa.
Esses momentos, com diálogos bem escritos, parecem que receberam um refinamento. Resultado das regravações, quem sabe. Entretanto, parecem muito distintos das cenas de ação.
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Este é o ponto onde o filme parece ter sido dividido entre dois diretores. Quando é preciso mostrar um herói duvidando do seu potencial, parece que uma pessoa foi responsável, no entanto, quando é preciso dar uma de Michael Bay parece outra, bem… Michael Bay.
Talvez isso se deva ao fato de que Onah não tem em sua filmografia um filme de ação eletrizante – mesmo O Paradoxo Cloverfield passa longe disso – e o fato é que distoa.
O legado do Capitão América
Sam tenta, sem supersoro, entregar o máximo de si, mas sempre duvidando da sua capacidade. Preso em uma teia política complexa, mais do que o Cap de Chris Evans, e sem um tutor, parece que o uniforme não cabe nele. Um amadurecimento e conflito interno interessante em um personagem conhecido por entregar piadas.
No entanto, esse mecanismo narrativo parece estar se esgotando. Por mais que Mackie entregue o seu melhor, isso é inegável, já está na hora dele aceitar que é o Capitão América.
Outro ponto que parece solto, é que o filme não consegue ligar esse arco do personagem à trama. A narrativa não se sustenta e o vilão Samuel Sterns (Tim Blake Nelson) é desinteressante.
Atores entregam 100% em um filme que é no máximo 50%
E isso se deve não somente a Anthony Mackie, mas a Danny Ramírez, o novo Falcão, e seu humor, Harrisson Ford e sua intensidade e o mistério de Shira Haas como Ruth Bat-Seraph. Todos os atores entregam o seu melhor e elevam a qualidade do filme como um todo.
Capitão América e Falcão: uma dupla que dá certo
Se você sentia falta da interação entre Capitão América e Falcão, este filme entrega tudo o que precisava e mais. Mackie e Ramírez tem uma química invejável e você nem sente falta de Bucky, que faz uma breve aparição no longa.
A interação entre os dois deixa o gostinho de quero mais.
Finalmente falaram do Celestial
O Celestial no meio do Oceano Índico deixou de ser uma notícia que aparece por um segundo durante a série She-Hulk. O ser é utilizado como ponto de conflito central e apresenta o tão famoso Adamantium no universo.
Finalmente as engrenagens da Marvel parecem estar rodando.
Veredicto de Capitão América
Os atores sustentam o filme, que entregam tudo e mais um pouco, elevando a nota da produção. No entanto, o longa peca em não utilizar o símbolo do Capitão América de forma incisiva. Especialmente em um mundo (real e fictício) politicamente instável. A simbologia da esperança é pouco utilizada.
Além disso, o thriller finaliza da mesma forma que todos os filmes da Marvel: porrada e explosões. Capitão América: Admirável Mundo Novo. Será tão novo assim?