Um dos grupos mais antigos e respeitados do metalcore alemão, o Caliban, está neste momento se preparando para fazer uma visita à América Latina, passando por Colômbia, Chile, Argentina, e claro, Brasil.
A banda, composta atualmente por Andreas Dörner (vocal principal), Marc Görtz (guitarra base), Denis Schmidt (guitarra solo e vocais limpos), Patrick Grün (bateria) e Kenneth Iain Duncan (baixo e vocais limpos), trará uma apresentação focada no seu décimo-quarto álbum de estúdio, “Back From Hell”, lançado em abril deste ano.

Participações especiais permeiam a primeira metade do disco
A experiência do quinteto já se mostra evidente ao iniciarmos o álbum com a introdução “Resurgence”, digna dos mais épicos momentos de Doom Eternal. Sem cortes, somos jogados diretamente no mais puro metalcore dos anos 2000 com a pedrada “Guilt Trip”, com participação dos conterrâneos do Mental Cruelty.
Aliás, esta ideia de abrir espaço dentro do álbum para misturas com o deathcore mais violento de outras bandas permeia toda a primeira metade do álbum. O Caliban é bem versado em seu estilo, aquele metalcore centrado em riffs de guitarra bem cadenciados com um toque do pula-pula vindo do Hardcore nova-iorquino, mas em faixas como a faixa-título e “Dear Suffering”, a alternância com os momentos mais brutais são cortesia de participações especiais do The Browning e Fit For An Autopsy, pesos-pesados do deathcore.
Isso não quer dizer que os momentos mais melódicos característicos do estilo não brilham também, e o Caliban demonstra muito bem sua versatilidade nos ganchos pop que compõem os refrões mega-grudentos, com especial destaque para a faixa “Insomnia”, minha favorita do álbum.
Produção limpa e execução concisa
A segunda metade do álbum conta com faixas mais tradicionais no estilo da banda, com uma produção ainda mais limpa e que evidencia esse trânsito entre o brutal e o pop, tão comum no seu metalcore inspirado pelo death melódico sueco. “Alte Seele”, inteiramente cantada em alemão, traz riffs de guitarra pegajosos, por mais que eu não consiga entender a letra sem um dicionário.
A tríade “Overdrive”, “Infection” e “Glass Cage” trarão sorrisos no rosto de todos os fãs que acompanham o Caliban desde a época de “I Am Nemesis”, álbum de 2012, com breakdowns majestosos e refrões épicos.
Outro ponto a se destacar no álbum é a disciplina das composições. O álbum não surpreende ninguém que já é acostumado com o metalcore dos anos 2000 (podemos chamá-lo de “tradicional” a essa altura?), mas é extremamente bem executado e conciso, com nenhuma faixa excedendo os quatro minutos.
Em especial nas faixas finais, com suas passagens atmosféricas, como “Solace in Suffer” e “Echoes”, é possível identificar claramente cada instrumento, demonstrando que a experiência de quase 30 anos do Caliban é colocada em ótima prática.
O Caliban fará seu único show no Brasil no dia 06 de dezembro, no Fabrique Club, em São Paulo. COMPRE SEU INGRESSO AQUI.