Semana retrasada – especificamente nos dias 8,9,10,11 e 12 de outubro – realizou em São Paulo a Brasil Game Show, maior feira da América Latina de games. E eu estive lá com o pessoal do SUCO para cobrir pra vocês.
Eu vou falar um pouco sobre os jogos presentes e que tive a oportunidade de testar. Tentei focar mais em jogos que ainda não foram lançados. Não havia tantas novidades esse ano, e alguns dos títulos mais esperados como Quantum Break não estava disponível, então segue um pouco do que esperar nos próximos meses.
DESTAQUES
Nada mais justo que começar com os jogos quem mais se destacaram na feira deste ano, levando em conta, naturalmente, a opinião de quem lhes escreve.
Dark Souls III
Em uma quase completa surpresa, a Sony trouxe o jogo Dark Souls III da produtora japonesa From Software para testar em seu stand. Foram disponibilizadas quatro classes pré definidas para testar, cada uma com seu equipamento próprio.
O jogo parece ter sido bastante influenciado pelo “irmão mais novo” Bloodborne, com jogabilidade mais rápida e fluída, mas dessa vez mantendo a temática sombria medieval, com espadas e armaduras.
Já as magias (e presumidamente os milagres) seguem a linha do primeiro jogo da franquia, Demon’s Souls, exclusivo de PS3. Ao invés de contar com usos limitados, que são recuperados ao descansar nas bonfires, as magias usam pontos de MP, contando com uma barra própria, tal como o HP e a Stamina, que estão de volta. Além das magias, movimentos especiais com as armas também gastam MP. As magias presentes na demonstração são as tradicionais Soul Arrow e Soul Greatsword e a nova Soul Dart, na qual o personagem solta um pequeno dardo mágico que causa pouco dano.
O item Estus Flask de recuperação de vida está de volta, mas dessa vez a animação é bem mais rápida, seguindo a linha dos Blood Vials do Bloodborne. A novidade é um item chamado Ashen Estus Flask, que segue a linha dos Estus tradicionais, só que para recuperação da barra de magia.
As armas seguem a linha dos jogos antigos. O personagem que escolhi tinha uma lança e um parry shield. Mais à frente adquiri uma greatsword. Nenhuma novidade, além dos movimentos especiais.
Além das armas os gestures estão de volta, contando inclusive com o favorito dos fãs, Praise the Sun. A movimentação também é familiar, contando com pulos rolamentos e backsteps.
Pelo tempo que passei com o jogo, não reparei nenhuma grande novidade, além da jogabilidade mais fluída, mas o jogo mantém o padrão alto de qualidade da série. Não há nada que irá fazer mudar de idéia quem não gostou dos jogos anteriores, mas os fãs terão ótimos momentos no primeiro semestre do ano que vem, janela prevista de lançamento.
Star Wars Battlefront
O novo jogo da Eletronic Arts da famosa franquia criada por George Lucas estava presente em dois modos na Brasil Game Show desse ano. Produzido pela DICE, produtora da série Battlefield, foi possível jogar um modo horda cooperativo e um modo multiplayer competitivo.
No modo cooperativo, dois jogadores enfrentam seis ondas de inimigos controlados pela inteligência artificial do jogo. Na BGS estava disponível apenas o mapa de Tatooine, um deserto montanhoso que lembra os canyons dos Estados Unidos.
No começo da partida é possível escolher entre cerca de 5 armas diferentes e dois conjuntos de itens, que incluem um jetpack, que pode ser usado assim que o tempo de carregamento estiver completo, um escudo com munição limitada e um lança granada. O escuto é um item mais tático, na medida em que o jogador não pode atirar enquanto estiver envolto pelo escudo. É possível encontrar recarga dos itens consumíveis no campo de batalha, assim como encontrar um item que garante um ataque especial, no meu caso um ataque orbital na região marcada.
A barra de HP do personagem regenera, como padrão nos FPS modernos, mas o jogador tem apenas duas vidas. Caso morra, pode escolher gastar uma vida e voltar na onda presente ou ser ressuscitado quando acabar aquela onda de inimigos.
Os inimigos presentes nessa demonstração estavam os famosos Stormtroopers, alguns capitães e mais raramente AT-STs, que funcionam como “chefes”.
Já o modo multiplayer competitivo contou na demonstração com dois times de 20 jogadores cada. O primeiro time representava os rebeldes, e tem como objetivo ligar os links de comunicação e destruir os três AT-ATs do time adversário. Ao ligar os links de comunicação era aberta uma janela na qual era possível dar dano nos veículos inimigos. Por outro lado, os demais jogadores representam o império, cujo objetivo era impedir que os rebeldes destruíssem seus AT-ATs.
O jogo possui um sistema de heróis no qual o jogador pode se tornar por um tempo um herói representado pelos famosos personagens da série para defender o seu time. No jogo estavam presentes Luke Skywalker no lado dos rebeldes e Darth Vader no lado do império. Para jogar com um herói, o jogador deve encontrar um item no campo de batalha, mas infelizmente, com meu tempo de jogo não pude testar esta mecânica.
No começo de cada partida e antes de cada respawn, o jogador pode escolher a arma e conjunto de itens que gostaria de usar a cada rodada. Os itens do multiplayer foram os mesmos presentes no modo competitivo e o mapa presente desta vez foi o planeta Hoth, uma planície coberta de neve com várias trincheiras e uma base rebelde.
A mecânica de jogo é basicamente idêntica nos dois modos. Particularmente, achei o jogo um pouco “duro” demais pro meu gosto. Talvez por estar acostumado com jogos mais fantasiosos, com mobilidade rápida, pulos duplos e deslizamentos, achei Battlefront um pouco devagar. A movimentação é mais real, logo o personagem só tem um pulo (salvo o uso limitado do jetpack) e é um pouco mais lento, mas ai é mais uma questão de gosto. Outro ponto é que também não sou muito fã de mapas muito grandes, e Battlefront tem mapas enormes, o que com certeza vai agradar mais os jogadores de Battlefield. Se esse é seu perfil de jogo multiplayer, então vai se sentir em casa com no jogo da franquia Star Wars.
Por fim vale ressaltar a excelente animação dos personagens. Além dos gráficos muito bonitos, era impressionante ver os personagens se movimentarem. Ponto pra DICE nesse quesito.
Rainbow Six: Siege
Pra mim a grande surpresa da feira, como jogo, foi Rainbow Six: Sige, o jogo da franquia baseada nas obras de Tom Clancy da Ubisoft. Produzido pela Ubisoft Montreal, o jogo mostrou um multiplayer competitivo bem interessante. Rainbow Six é uma série de jogos de tiro em primeira pessoa que são focados no realismo, combate tático e planejamento de equipe. Siege é o oitavo jogo da franquia (contando Shadow Vanguard de iOS) e está sendo desenvolvido no lugar de Rainbow 6: Patriots, que foi cancelado pela Ubisoft.
O jogo lembra bastante Counter-Strike, a famosa modificação de Half-Life, mas com maior realismo e planejamento tático. Dois times de seis jogadores representando grupos terroristas e força policial. É possível escolher entre diferentes facções e forças policias e diversas classes, com status e itens diferentes para cada classe.
Havia um único modo de jogo na demonstração, onde os terroristas deviam defender sua bomba e os policiais devem localizar e neutralizá-la antes que o tempo acabe. Antes de cada rodada é iniciada um fase tática na qual os terroristas escolhem a localização da bomba e seu posicionamento, e os policiais controlam drones para tentar localizar seus adversários e o local da bomba.
A jogabilidade é mais tensa e cadenciada devido ao realismo. Desta forma, são necessários poucos tiros para morrer e, ao contrário dos shooters modernos, a vida não regenera. É possível construir barricadas nas portas para atrasar o avanço do time adversário assim como usar câmeras para descobrir sua localização. Igualmente é possível utilizar um neutralizador de comunicação para impedir que o time adversário saiba de sua localização.
Com partidas tensas e divertidas e jogabilidade cooperativa, Siege é um jogo para se ficar de olho se você procura por um jogo apenas multiplayer. A única ressalva é que eles não tiveram o mesmo cuidado técnico com a animação dos personagens como Battlefront, de forma em que a movimentação é bem estranha, mas nada que atrapalhe o jogo.
Outros Jogos
Além dos jogos citados acima, joguei uma partida de Street Fighter V, novo jogo de uma das maiores franquias de luta do videogame. Infelizmente não tenho tanto conhecimento em jogos de luta para avaliar o jogo corretamente. Experimentei o novato Necalli enquanto o meu adversário jogou com o também novato Rashid.
Necalli é um personagem forte e devagar, com ataques mais próximos, enquanto Rashid é mais rápido e possui alguns especiais. O jogo parece ser uma evolução de Street Fighter IV, mas não sei apontar diferenças no gameplay com exceção do comando de contra ataque que não encontrei em SFV.
Também tive a oportunidade de experimentar a remasterização para Ps4 da série de Nathan Drake em Uncharted Collection. A apresentação está bem legal e o jogo está rodado bem fluído. Por ser um remaster e não um remake não há diferenças significativas nos gráficos, salvo que a imagem está mais nítida e detalhada por conta da maior resolução.
Há um menu separado no qual é possível escolher qual dos três jogos gostaria de iniciar e suporte a troféus. Mas em relação ao jogos em si, não há nenhuma novidade, são os mesmos jogos do Ps3. A notícia boa é que são jogos excelentes.
Do lado da Microsoft pude experimentar o remaster Gears of War Ultimate Edition e o recente jogo de corrida Forza 6. Começando pelo Forza, não tive uma experiência muito agradável. A Microsoft preparou diversos cockpits no chão para que o jogador jogasse, mas o tempo todo senti o volante pouco responsivo de forma que passei meu pouco tempo com o jogo em dúvida se eu estava controlando mesmo meu carro. Gostaria de ter uma outra oportunidade para testá-lo pois o jogo promete ser muito bom.
Já Gears of War Ultimate Edition é um remaster do primeiro jogo da popular franquia do Xbox, mas merece o título de remake. Ao contrário da Sony, a Microsoft optou por remasterizar apenas um dos quatro jogos lançados da franquia, mas por outro lado melhorou significantemente a parte gráfica, dando uma cara bem mais bonita e moderna ao jogo de 2006.
Mas assim como Uncharted Collection, Gears of War Ultimate Edition é exatamente o mesmo jogo que o original, o que também não é uma coisa ruim, uma vez que se trata de um dos melhores jogos do Xbox 360.
INDIES
Embora não tenham tido tanto destaque quanto os jogos AAA, a Brasil Game Show deste ano contou com uma área indie com diversos desenvolvedores nacionais, além de espaço nos stands da Microsoft e da Sony. Segue um pouco dos que mais me chamaram a atenção.
The Rothfather
The Rotfather é uma idéia transmídia do Grupo de Educação e Entretenimento da Universidade de Santa Catarina. Abrangendo um jogo a ser lançado para PC, HQs, livros e jogos de carta e de tabuleiro, The Rotfather conta a história de um rato que foi chefe do tráfico de açúcar nos esgotos de Nova Iorque do anos 40 e que perdeu o poder.
Cada mídia tratará a história de um ponto de vista diferente, sendo que o jogo eletrônico será um jogo de plataforma no estilo “metroidvania” que contará a busca de volta ao poder do rato traficante Al-Kane.
Com uma bela direção de arte e uma temática adulta o jogo ainda está em pré alpha. Para quem se interessar o jogo está em votação no Steam Greenlight.
Shiny
Shiny é um jogo de plataforma produzido pelo estúdio Garage 227 Studios para PC, Xbox One e Ps4. O bonito jogo feito na Unreal Engine 4 mostra um simpático robozinho chamado Kramer 227 tentando escapar de um mundo abandonado pelos humanos.
Em termos de gameplay Shiny é um jogo de plataforma mais tradicional, onde o jogador deve levar Kramer 227 de um lado a outro através de vários obstáculos, devendo conservar energia. Os checkpoints são geradores e cada um tem um número diferentes de tentativas.
O jogo, já aprovado no Steam Greenlight, está concluído e deverá ser lançado no primeiro semestre de 2016.
Além de Shiny, o estúdio Garage 227 Studios também mostrou o jogo Rats Trap para dispositivos móveis que está em fase final de desenvolvimento e apresentou o conceito de Dead Flowers, jogo de ação em terceira pessoa para Ps4, Xone e PC que está em pré produção e pretende se aproximar da qualidade dos títulos AAA.
Chroma Squad
Ao contrário dos jogos citados acima, Chroma Squad já está disponível para PC, e será lançado para outras plataformas ainda este ano. A versão testada foi a de Ps4, mas o jogo ainda sairá para Ps3, PsVita e Xbox One.
Produzido pela produtora brasileira Behold Studios, Chroma Squad é um simulador de Super Sentai, aqueles programas de grupos de super heróis japoneses, tais como os Power Rangers. O objetivo do jogo é criar episódios de programas como citado acima, obedecendo as ordens do diretor para criar as movimentações dos personagens, ao menos na parte testada no stand da Sony.
Em termos de gameplay o jogo é basicamente um RPG por turnos em o jogador deve cumprir certos objetivos, como matar 3 inimigos no mesmo turno, para gravar os episódios de seu programa. Há armas e itens para serem utilizados, além de poder combinar os personagens para acrobacias e ataques especiais, como nas séries que servem de inspiração para o jogo. Quem quiser saber mais informações, confira a página na Steam.