Esse mês fui conferir uma nova atração da Weekly Shonen Jump, desenhada e escrita por Ryouji Hirano, o mangá de ação sobrenatural: Bozebeats.
A obra, que estreou em janeiro de 2018, conta a história de uma nova ordem de monges budistas que lutam contra demônios usando tecnologia futurística, armas de fogo, mantras e encantamentos.
Sinopse Intrigante
A primeira vista a sinopse é intrigante (no sentido de gerar algum estranhamento) e o conceito da história, embora familiar (ou clichê, se preferir chamar assim) é bastante esquisito. Mas é claro que isso não é o bastante para me afastar da experiência de ler algum mangá, pro bem ou pro mal, toda obra é bem vinda (ou quase todas).
Eu não esperava comprar com tanta facilidade a ideia de que uma ordem budista super tecnológica lutava contra ameaças sobrenaturais no mundo moderno, mas estranhamente, depois dos primeiros capítulos, a história simplesmente acontece. Pois é. Quando você se dá conta, já temos o protagonista animado e pró ativo em busca dos segredos do seu passado e as explicações para tanto poder interno que tem.
Também temos o sensei do protagonista, um poderoso e respeitado budista, que o treinou durante um tempo antes de encaminhá-lo a novas aventuras na cidade grande. Ao passo que também conhecemos a heroína do time (que já se mostrou interessada no protagonista, pra variar) e também o amigo do personagem principal, um rapaz desajeitado, mulherengo e não muito expressivo, mas amigável.
Fórmulas já conhecidas
É um conjunto inteiro de fórmulas conhecidas, batidas até. Uma história que segue essa estrutura, sem nenhum detalhe diferencial está sujeita a um sucesso mediano ou um fracasso inevitável. De nenhuma maneira Bozebeats encanta por ser diferente, inovador, empolgante ou grandioso.
Sendo bem sincero, acredito que a história toda não acredita ser nada mais do que medíocre e ordinária. A propósito, não uso essas palavras com cunho meramente pejorativo, mas sim em sua literalidade: o mangá é genérico, comum, médio, mas não necessariamente ruim.
Conhecendo Madoka
Deixando um pouco a estrutura da história de lado e falando mais sobre o enredo propriamente dito: A história conta a trajetória de Madoka, um garoto selvagem que vivia na floresta, sendo criado por lobos até a chegada do seu sensei e mentor, o Boze Ryuudaiji, que o treina e encaminha até Tokyo, sede dos Boze, os monges budistas que enfrentam e purificam os demônios.
Bozebeats estreou na WSJ com bastante responsabilidade, carregando em si o dever de entregar uma boa história, com boa arte e dinâmica, que entretenha o público que se torna cada vez mais exigente em meio a tantos novos lançamentos e obras. Talvez isso prejudique o novato autor em seguir com a serialização semanal em meio a tantos outros nomes de peso na revista.
De qualquer forma, embora a história não tenha me empolgado pessoalmente por usar fórmulas que estou saturado de ver, a arte — devo admitir — é bastante bonita.
Uma Ideia Excêntrica
Bozebeats carrega em si uma ideia excêntrica, sustentada em uma estrutura pouco original. Qualquer julgamento que eu possa fazer sobre essa história precisa ser ponderado e equilibrado: independente de pontos fortes e fracos, a obra está sendo serializada em uma das maiores revistas de mangás do planeta. Se essa é uma história com fôlego e espaço para se tornar tão grande quanto tantas outras, só o tempo (e as vendas) dirá.
Vou estar acompanhando de longe. Mas pra você que tem interesse em se envolver com o universo sobrenatural e aproveitar a boa arte do mangá, deixo minha recomendação: bozebeats pode ser feito pra você.