Confira agora nosso REVIEW de Blood Lad, animado pela Brain’s Base e que conta com 10 episódios!

Uma das características do trabalho de Kodama Yuuki é a transição entre diversos mundos, principalmente entre o dos humanos e dos demônios – Makai – e que este último, são divididos em regiões e xerifados pelo demônio mais poderoso de lá, que no caso do distrito oriental, é o vampiro Staz!

Um vampiro incomum…

Esqueça todos os esteriótipos de vampiro que está vindo em sua cabeça! Apesar de Staz ter sangue nobre, o que mais se encaixa com o jovem morto-vivo são as características de Otaku. Isso mesmo! Colecionador de mangás, animes, comidas e action figures, sonha em ir pro mundo dos humanos e consequentemente pro Japão.

Um turbilhão de acontecimentos!

O arco central de Blood Lad é bem simples: ‘Reviver Fuyumi‘. O problema disso é a quantidade de obstáculos que Staz tem de passar para conseguir tal feito. Mas antes de chegar nisso, vamos voltar as apresentações!

Como já dito, Staz governa uma parte do Mundo dos Demônios, é Otaku, atrapalhado e desleixado. De cara, os capangas do vampiro encontram uma humana. Isso gera uma alegria descomunal à Staz, que sonhava em encontrar/alimentar-se de um humano… ainda mais uma mulher… e mais ainda, uma japonesa. É aí que somos apresentados a Fuyumi!

De cara, Staz sente uma atração incontrolável pela garota e começa a perguntar tudo sobre o mundo dos humanos. Ia tudo bem até aparecer um arruaceiro em que o vampiro e chefe de distrito tem que dar cabo com suas próprias mãos.

Com isso, ele sai de seu apartamento, vai pra rua e acaba tendo uma luta até que tranquila com seu inimigo, que controla uma espécie de planta carnívora. O que Staz não esperava é que uma dessas plantas invade o apartamento e engole Fuyumi! É aí que a garota morre e vira um fantasma/demônio!

Quando Staz vê a guria novamente, ele não sente a mesma sensação diferenciada, já que ela não está mais na condição de humana – mais pra frente, descobrimos outros 2 fatores que deixam o sangue de Fuyumi mais “interessante” – e decide reviver a jovem.

O que parecia ser uma missão “reta” e até que simples para um nobre vampiro, se mostra cheia de curvas e reviravoltas. Staz e Fuyumi acabam tendo que viajar diversos mundos e planos, conhecem diversos demônios e a vinda da humana para a vida do vampiro que parecia ser uma “obra do acaso”, mostra-se que já estava pre-destinada. A cada episódio que assistimos a bola de neve cresce e a surpresa vem acompanhada de cada ação do time que acompanha Staz.

Staz e Fuyumi… e Bell!

Enquanto Staz demonstra toda sua personalidade, ora relaxado, ora determinado, Fuyumi é uma garota “qualquer” e genérica – como até mesmo o protagonista diz – e aceita tudo o que lhe falam, pelo menos no início da série.

Com o tempo em que vai ganhando mais espaço na vida de Staz e se relacionando com outras personagens – principalmente com a irmãzinha de Staz, Liz – a sua personalidade vai aparecendo mais.

Fuyumi acaba nutrindo um afeto não só por Staz, mas também por toda situação em que passa no Makai. Conhecera demônios, riu e se aventurou com eles. Em alguns momentos ela se vê dividida em querer voltar para seu mundo “normal” e corrente a ficar no mundo dos demônios.

Quem vem para dar energia a esse relacionamento – ou para toda a série – é a caçadora de tesouros Bell. Ela é uma espécie de bruxa que tem os poderes de abrir portais e de viajar para diversas dimensões.

E aí, mesmo com os núcleos de enredos divididos na série em alguns momentos, Bell é a personagem que faz a ponte entre eles, pois ela pode estar em qualquer lugar dos mundos!

Bell, além de ajudar na missão do protagonista – e atrapalhar muitas vezes – tem um objetivo de vida: “Ela pretende achar quem roubou sua técnica da ‘Cortina Negra’ (técnica de viagem dimensional) e casar-se com ele”. Porém, essa vivência com Staz faz com que ela acabe se apaixonando por ele, que para sua infelicidade não é correspondido.

Construção das Personagens

O trabalho de Takeshi Konuta e Shigeyuki Miya (roteirista e diretor, respectivamente) foi incrivelmente feliz na questão de design das personagens. É fato que alguns perfis e traços de personalidade, acabam se perdendo na transição da mídia mangá para tv, porém, o que se vê nestes 10 episódios, são personagens muito bem construídos.

Além dos já citados Staz, Fuyumi e Bell, um dos que mais se destacam na trama é Wolf (meio demônio/meio lobisomem). Com um passado um tanto quanto obscuro, ele é o líder da maior região do Makai – distrito leste – e faz aquele papel de ‘Vegeta’ na série – apesar de que tá mais pra Killua =X. Wolf é mais fraco que Staz, tem consciência disso, mas encara de frente qualquer desafio que lhe é colocado, como sua luta com Papladon, a melhor da série até então.

O que mais se vê em Blood Lad são referências e, o que pode ser um tiro pela culatra, na série criada por Kodama, é justamente o contrário. Têm-se o herói e sua dama (Staz e Fuyumi); Anti-herói (Wolf); A ponte (Bell); O mascote (Mamejirou); O irmão mais velho (Blaz); A irmã mais nova (Liz); O que parecia ser o vilão (Papladon) e o verdadeiro “vilão”, Wolf Daddy.

Terra x Makai

Se você assistiu animes como YuYu Hakusho, já sabe como se conquista uma região no mundo dos humanos, não é? Sim, na base da porrada! E aqui, não é diferente. Os mais fortes, são os que regem tais distritos; Staz tem o poder do Leste, Wolf do Oeste – este tem até traços do Velho Oeste.

Há também um demônio-javali rege a parte sul e um boneco de neve (sim o.o’) rege a parte norte do mundo.

Estas características e bizarrices, dão um tom ainda mais caricato a série, que utiliza do humor muito bem e não abusa só da apelação sexual – ou dos peitos hehehe.

O destaque da série com os cenários, é da ambientação sinistra em Acropolis, utilizando muito do azul e cores púrpuras – repare nas árvores em volta do castelo de Blaz, Verde + Roxo + Azul!

Outro local muito bacana para se ver, é a região onde a família de Bell mora. Já que todos tem um poder característicos de portais e manipulação de espaço, a região é toda de ilhas flutuantes, portas no meio do nada – e que levam sabe-se lá pra onde – e animais/monstros de todos os tipos.

Quem vai gostar de Blood Lad?

Apesar de ser publicado na ‘Young Ace‘, onde o Seinen comanda, Blood Lad poderia estar fácil nas páginas de uma Shonen Jump da vida – me corrijam se falei besteira.

Se você gosta de séries de porradaria anos 80/90 e de algumas comédias românticas, você é um forte candidato a gostar deste anime – como foi o meu caso. A série nos brinda com referências engraçadas e descaradas, indo de ‘Hokuto no Ken’ a ‘Dragon Ball’; Staz chega até a tentar fazer um Kame-Hame-Ha em uma de suas lutas.

Tirando as referências e se tratando do conceito original da série – e nem tanto original – é uma animação fácil de assistir, dinâmica e que pode te prender na frente do seu televisor, ou seja, tu pode assistir a série toda em um dia só!

E voltando a dinâmica, o que muitas vezes acontece em outras séries é de que quando o núcleo é dividido, o do protagonista sempre é o mais bacana, pois né, pelo fato de ser o principal. Com Blood Lad é diferente.

Mesmo quando Staz está – isso parece redundância né o.O? – resolvendo suas coisas sozinho, ou com Wolf/Bell, o núcleo de Fuyumi é recheado de bom humor e até mesmo lutas, e mais, acrescentam e recheiam também o enredo! *Vide o momento em que Staz vai visitar seu irmão Blaz e Fuyumi fica aos cuidados de Wolf e Franken Stein*

Pra quem gosta de peitos, eles estão presentes a série toda! Pulam pra lá, saltam pra cá, mas claro, sempre cobertos. Apesar de ter um apelo sexual clichê (leve, mas têm), o foco nunca se perde do que a série se propõe: Uma espécie de “humor shonen escrachado”, lembrando alguns filmes de terror anos 80.

Da questão técnica

A animação dirigida por Shigeyuki Miwa, do novato estúdio Brain’s Base (Amnesia) é de ótima qualidade, diversificando muito bem os locais que os protagonistas estão.

Para aumentar ainda mais o dinamismo na série, a produção colocou onomatopeias e balões de pensamento, dando um ar mais caricato a série, o que combinou muito bem aos tons humorísticos – não que não tenha nas batalhas também :p.

Outro ponto alto da animação são as cenas de ação, todas “desenhadas” de fato, sem aqueles fundos escuros da economia, o que causa muito mais impacto visual.

Quanto aos efeitos sonoros e trilha, não tem nada de excepcional, cumpre seu papel “arroz com feijão”.

Já as músicas de abertura e encerramento, foram muito bem escolhidas – principalmente a que abre, apesar das cenas de spoilers – e se encaixam bem no que a série se propõe.

Mais uma vez, o dinamismo. Volto a comentar sobre, pois o roteiro de Takeshi Konuta é muito bem construído.

Todos os dez episódios possuem momentos de descanso seguidos de ação e vice-versa. Não tem aquele capítulo chato e claro, a série não tem fillers, já que “zipou” (tava tentando usar este trocadilho desde o início do texto =X) muito bem o mangá. *zip/zipar é um dos ataques principais de Staz, onde ele esmaga o coração do oponente.*

Concluindo

A série não tem pontos baixos ou fracos. O que ela pode não apresentar é um conceito inovador ou um enredo inédito. Ela é simples, direta, mas sem um fim. Isso pode causar descontentamento ao assistir o décimo/último episódio, já que ele acaba com um tremendo gosto de querer mais, de saber de como continua, já que há muito a ser explicado.

Tem duas saídas não é? Acompanhar pelo mangá – que inclusive está sendo lançado aqui no Brasil – ou esperar por mais episódios. Ainda não se tem notícia de uma nova temporada (até o momento), mas já se sabe sobre a produção de um OVA que lança em dezembro deste ano (2013).

Antes de terminar, algumas analogias interessantes – se você lembrar de alguma, comente aí também! 😀

  • Staz, Braz e Liz : Nomes russos? Staz seria um diminutivo de Anastasia ou algo parecido com Stacey. Liz viria de Elizabeth, Eliza. Podemos lembrar de Elizabeth Bathory, condessa muitas vezes associada com o vampirismo;
  • Família Hydra : O fato do nome vir de hidra, monstro mitológico com várias cabeças, leva a crer uma analogia com o conceito de doppelganger explorado na série. A explicação seria um spoiler, mas vou tentar deixar escondido: ‘Quando as mães de Bell/Knell/Fuyumi se unem, a personalidade das duas continua, porém, sobre um mesmo corpo. É a ideia da hidra, com várias cabeças, mas em um mesmo corpo.’;
  • Bell e Knell : Ambos aludindo a sinos, soar de sinos e fazendo uma referência a presságios e mensageiros;
  • Dragon Ball, YuYu Hakusho, Hokuto no Ken, Hajime no Ippo, Ashita no Joe, Hunter x Hunter, Hayao Miyazaki, Bram Stoker e Mary Shelley;
  • Ora Bell parece Bulma. Ora Fuyumi se veste como Bulma;
  • Na dimensão da família Hydra, tem um planeta bem parecido com o do senhor Kaio.
REVIEW
Blood Lad
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BELLAN
O #BELLAN é um nerd assíduo e extremamente sistemático com o que assiste ou lê; ele vai querer terminar mesmo sendo a pior coisa do mundo. Bizarrices, experimentalismo e obras soturnas, é com ele mesmo.
blood-lad-reviewStaz é o vampiro-chefe de uma seção do mundo Demônio, mas ele tem pouco interesse em sangue humano, e mostra mais animação com a cultura Japonesa. Quando ele descobre que Yanagi Fuyumi, uma adolescente japonesa, acidentalmente foi parar na cidade Demônio, Staz logo entra na coisa toda. Entretanto, enquanto Staz lidava com um intruso em seu território, a distraída Fuyumi é morta por um monstro e se torna um fantasma errante. O então desapontado Staz jura que encontrará uma forma de trazer Fuyumi de volta à vida.