Enquanto Blade Runner 2049 não sai, um curta-animado dirigido por ninguém menos que Shinichiro Watanabe, conhecido por obras como Cowboy Bebop e Samurai Champloo já está no ar na Crunchyroll, e antecede os fatos do mas novo longa da franquia.
Confira também: A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell | Review
Primeiro, vamos situar a obra. Blade Runner Black Out 2022 se passa três anos após os eventos do primeiro filme, lá de 1982, dirigido por Ridley Scott, e 27 anos ANTES do longa de Denis Villeneuve, e que estreia em 5 de outubro no Brasil.
Esta animação faz parte de uma série de curtas, e a última programada, depois de 2036: Nexus Dawn (assista AQUI) e 2049: Nowhere to Run (assista AQUI). Inicialmente, Black Out 2022 está disponível na Crunchyroll, sendo que será disponibilizado depois para o canal oficial da Warner Bros.
Humanos vs Replicants
Na trama, temos Iggy, um soldado androide (replicant) que faz parte da Nexus-8 e acaba salvando a outra androide Trixie, e seu namorado, mostrando um mundo onde a tensão entre humanos e replicants atingiu um nível de catástrofe social, seja por inveja dos humanos ou um autoritarismo dos geneticamente modificados.
É aí que alguns replicants planejam deixar Los Angeles inteira em meio as sombras, causando um blackout imensurável, tudo com a ajuda do namorado de Trixie, Ren, este que tem acesso a um míssil EMT – o que mais que explosões, os danos seriam eletromagnéticos, queimando os circuitos e até mesmo o sistema de backup da região. Um caos total!
Consequências
É interessante como o curta trabalha com os cenários, mostrando diversos locais icônicos da obra original de Ridley Scott, como a Tyrell Corporation, e de como a destruição é massiva, ocasionando explosões em fábricas, queda de veículos voadores e o apagão total da cidade.
Watanabe teve um cuidado interessante, junto com o pessoal que criara a ambientação, e mais que Cowboy Bebop ou Samurai Champloo, muito do que vê aqui é próximo do que o diretor trabalhou em Terror In Ressonance (Zankyou no Terror), mas claro, tudo sobre uma ótima de curta-metragem de menos de 15 minutos.
Nem tudo é preto
A qualidade da animação impressiona, com mesclagem em CGI, além de muitos estilos de animação (até lembrei de Animatrix, algumas vezes), dando uma interpretação mais interessante a cada cena abordada. Ponto alto para a taxa de quadros, sempre muito estável e proporcionando um vislumbre belíssimo em cenas de ação.
Vale ressaltar o departamento de som e sua direção, alimentando ainda mais as tensões nas cenas. Um porém é quanto a dublagem e o volume de voz das personagens: parece que está um pouco mais baixo que o normal, não?
Ainda dentro da parte sonora, a escolha da trilha sonora ficou perfeita! Não sei se ela foi composta justamente para a franquia, mas a letra e instrumental casou muito bem com o conceito da animação. Para quem quiser ouvir na íntegra, a música se chama Almost Human, interpretada por Lauren Daigle (ouça AQUI).
O que vem aí?
Creio que nessa vibe cyberpunk dos últimos tempos – começando lá com Ghost in the Shell no início do ano – passando por Akira sendo lançado pela Editora JBC, Blade Runner tem de tudo para angariar novos fãs e levá-los a conhecer mais da franquia.
Já Blade Runner Black Out 2022, é um curta que mantém sua proposta do início ao fim, com uma atmosfera pesada – mas fantástica nos olhos de quem curte o gênero – e mostra que Watanabe é um dos diretores que mais sabe sobre a temática em questão.