A visão do k-pop até alguns anos atrás não passava da dura realidade do sistema trainee que ídolos de diferentes empresas tinham que seguir. A rotina pesada de dança e canto, com limitações pessoais altamente controversas, além da liberdade criativa inexistente, moldaram artistas que fazem pouco além do que lhes é imposto.
Essa realidade ainda existe, mas não há dúvidas de que as coisas mudaram para melhor. Afinal, CHANYEOL, do EXO, foi um dos pilares, ao lado de JONGHYUN, do SHINee, para tornar a liberdade criativa algo comum no k-pop. Como integrante, o multi-instrumentista compôs muitas das maiores músicas do grupo — algo impensável há tão pouco tempo.
Um ídolo único com um trabalho nem tão único assim
Assim, faixas como “Ko Ko Bop”, “Gravity”, “Love Shot” e “Sweet Lies” fazem parte de seu rico portfólio. Agora, em sua tão aguardada estreia solo, CHANYEOL parece querer tentar reunir suas maiores habilidades, e ele o faz, mas não como poderia. Afinal, pouco vai além do pop rock que domina Black Out do começo ao fim.
CHANYEOL compõe e arranja muito bem, produz e é um excelente cantor. “Black Out” corresponde a esses fatores de forma quase robótica. Por um lado, o EP vai na contramão das baladas e R&B típicos da SM Entertainment, por outro, se apega a uma facilidade que não tem CHANYEOL como figura central.
Conclusão
É um álbum que, não me entenda mal, muitos artistas de k-pop poderiam facilmente se encaixar. “Black Out” é, na melhor das hipóteses, decente. No contexto de uma estreia de um dos artistas mais interessantes e importantes do pop sul-coreano, parece expor o mínimo, e é aí que está o problema.
Você pode gostar da honestidade dele na faixa-título, comparando um término a um apagão, ou pode gostar do emo pop “Hasta La Vista“. No entanto, vai sentir falta de algo que pode ser meramente exposto como a capacidade de CHANYEOL reduzida após 12 longos anos de novidades e sucessos no k-pop.
