Battery é o novo anime do bloco Noitamina dessa temporada, baseado na primeira light novel popular da prolífica Atsuko Asano, que desde o começo dos anos 90 escreveu diversas outras light novels populares – dentre as quais No. 6 e Telepathy Shoujo Ran, também adaptadas para anime – com character design originais pela então-novata Takako Shimura (Aldnoah.Zero, Hourou Musuko, Aoi Hana).
Esse é o segundo anime que o Zero-G – estúdio iniciado em 2011 pelo Hiroshi Negishi, que já participou de diversas séries com animações secundárias – se responsabiliza por animar, sob direção de Tomomi Mochizuki, veterano de séries tão diversas quanto Saraiya Goyou, Code Geass e Doraemon. Preciso dizer mais sobre quantas sobrancelhas estavam erguidas, sobretudo no Japão, antes da estreia desse anime?
Bateria?!
Quanto ao roteiro, Battery se pretende contar a história de uma bateria de beisebol – isso é, uma dupla de arremessador e receptor – que se conhecem e decidem trabalhar juntos. O nome do arremessador é Takumi Harada, e ele se orgulha de ser o melhor da região. E com “se orgulha” eu quero dizer que ele é extremamente metido por isso. Um rapaz cuja mãe é amiga da mãe de Takumi, chamado Gou, fica sabendo dessa fama de Takumi, e decide correr atrás dele. Literalmente – numa noite em que Takumi está treinando, Gou o encontra “por acaso”, começa a correr junto a ele, e puxa um assunto sobre como também joga beisebol. E, olha que coincidência, ele é um receptor. E Takumi simplesmente não consegue achar um receptor no seu nível.
Claro que Takumi não aceita tão fácil a ideia de que talvez eles possam trabalhar juntos para chegar ao Koushien, assim como Takumi não aceita tão fácil… nada. Gou precisa insistir muito para que Takumi finalmente arremesse umas bolas para testar sua habilidade, e como esperado, sua habilidade ainda fica muito aquém do que Takumi precisa. Mas, ainda assim, é melhor do que a da maioria dos receptores com quem Takumi jogou antes. Somente atestada a falta de opções e dadas as circunstâncias desfavoráveis a encontrar alguém mais apto, é que Takumi aceita praticar uma vez com Gou. O clímax do primeiro episódio é o momento em que ambos começam a se conversar de fato, indicando que, apesar de ser um anime de esportes, Battery provavelmente focará mais no drama do que nos relacionamentos do que no esporte.
Por isso, é bom que você tenha uma noção de beisebol antes de assistir Battery. você precisará ter algum conhecimento mínimo para entender por que, por exemplo, o avô de Takumi não permite que ele tente um arremesso mais agressivo, que pode ferir seu pulso, logo no primeiro episódio. Ou para entender o que significa o fato de Gou só conseguir receber ? dos arremessos de Takumi. E assim por diante. Pelo que deu para captar por esses primeiros episódios, terão sim partidas de beisebol, mas o foco será invariavelmente os dramas – meio como, por exemplo, Ping Ping the Animation, chutaria.
Drama vs Esporte
E o beisebol… por falar nele, aparentemente beisebol é algo que corre no sangue da família de Takumi – seu avô também era jogador profissional, e seu irmãozinho, Seiha, quer muito jogar beisebol, mas ele tem uma saúde frágil. É assim que esses três garotos começam a andar muito juntos, pelo que podemos perceber pelo encerramento do anime: Takumi, Seiha e Gou aparentemente se dando muito bem. Pelo que vemos nesse começo, Seiha quer de qualquer jeito jogar beisebol, mas ele é impedido por condições físicas, e Takumi – que sempre quer tudo do seu jeito, independentemente de ser o jeito certo ou não – fica, obviamente, ainda mais irritado pela irresponsabilidade do irmãozinho. Gou acaba agindo como um meio-termo entre os dois, tentando equilibrar os ânimos. À altura do segundo episódio, até a mãe é obrigada a reconhecer que eles deverão formar uma boa bateria… mas é claro que terão empecilhos aí no meio.
Bem, eu já vi spoilers do que está por acontecer, e não vou contar para vocês, claro. Mas garanto que, se o anime for seguir à risca a história dos livros, vai ser extremamente dramático. Eu já me emocionei um pouco nesse comecinho, mas sei que é daí para baixo, então Battery não deve ser para os fracos de coração! Mas, se você não dispensa um bom drama, se você gosta de beisebol (eu confesso que não conheço nada do esporte em si, mas meu conhecimento através de anime como Ookiku Furikabutte e Diamond no Ace já foi o suficiente para entender esses dois episódios!) ou histórias focadas em relacionamentos e amizades: Battery há de ser uma boa pedida. Vá na fé!