Baltimore e o Vampiro é um livro 2008 que talvez passasse batido por qualquer um se não tivesse MIKE MIGNOLA estampado na capa como coautor e ilustrador.
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O pai de Hellboy e um dos artistas mais incríveis das últimas décadas se uniu com Christopher Golden e escreveu esse romance fantástico moderno, que mistura horror e aventura em uma trama que me lembra Moby Dick se Melville tivesse escrito sobre a caçada de um vampiro, e não da gigante baleia branca.
Baltimore e o Vampiro é uma história que lembra os antigos poemas góticos ilustrados, com uma trama que acompanha tempos de guerra e praga, com contos de fadas e histórias de fantasmas servindo de plano de fundo para uma trama intricada da busca de um soldado pelo mal do mundo.
Baltimore, o protagonista da história, é atacado por um vampiro enquanto está nos campos de batalha da Primeira Guerra. Ao resistir aos ataques da fera, ele provoca uma fúria ancestral que lança sobre a humanidade uma praga, que irá consumir cada ser humano, sem distinção entre homens, mulheres e crianças. Determinado a eliminar seu antigo inimigo, e salvar a humanidade, Baltimore convoca três amigos a fim de caçar e destruir o vampiro demônio que começou tudo isso. Entretanto, antes os companheiros dessa caçada sangrenta vão passar por uma noite de bebidas e histórias assombradas, que poderiam ser facilmente inspiradas por Noite na Taverna de Álvares de Azevedo.
Instigante e assustador, Baltimore e o Vampiro é um romance de terror moderno que poderia estar no mesmo patamar que clássicos como Frankstein e Drácula. Ele tem todos os elementos que fãs de horror buscam: sangue, suspense, mistério e um terrível monstro assustador. Os autores conseguem entregar uma pérola moderna com a mistura perfeita entre narrativa e ilustração, onde Mignola – com seu estilo próprio, muito conhecido – nos entrega peças sombrias que criam o clima para enquanto lemos com os cabelos em pé.
Livros como esse são uma lembrança para não nos fixarmos nos clássicos, achando que o contemporâneo não pode trazer tesouros, já que Mignola e Golden criaram um dos meus novos favoritos de terror, ficando na mesma estante que autores como Lovecraft e Poe.