A ABRAGAMES esteve presente no BIG Festival. Durante uma conversa com o Suco de Mangá, Rodrigo Terra, atual presidente da organização, falou sobre o evento, futuro da indústria e mais; confira.
A Associação Brasileira de Games (ABRAGAMES) teve, pela primeira vez, um espaço dedicado para exposição de games. No local, os público pôde conhecer lançamentos de estúdios associados e outras novidades do setor.
Presente na GDC e outros eventos internacionais, dessa vez foi a vez do Brasil ser o destino de muitas empresas de fora. Trinta e sete convidados visitaram o país, e a feira, afirmando o avanço da indústria nacional.
Crescimento do BIG Festival
Sobre a relação da ABRAGAMES com o BIG Festival, Terra contou uma história de longa data.
“A gente (ABRAGAMES) organiza junto com o BIG a área de negócios. estamos juntos desde a primeira edição, que foi lá no Museu da Imagem e do Som (MIS) e Tinha 20 empresas de jogos no país, e já a onze anos, com o primeiro programa de exportação, o Brasil Games junto com a Apex Brasil – essa parceria tem onze anos também – então, começamos juntos.”
Além disso, ele completou dizendo que “o BIG entrou na janela internacional dos eventos de negócios de produções de games. GDC, Gamescon, Top Game Show, XDS. Quando você entra no BIG esse ano você vê que estamos no mesmo padrão. A escala ainda é menor: a GDC pega pavilhões, a Gamescon pega pavilhões.
O BIG cresceu de forma sustentável, cresceu ano após ano, e agora ele se apresenta no mesmo nível que os outros. Só que com uma diferenção que é essencial: o BIG manteve a essência do desenvolvedor indie brasileiro.”
Isso pôde ser visto no evento pelas diversas áreas dedicadas à jogos independentes e, principalmente pelo Best International Games Festival. O evento premia os selecionados para o festival em diversas categorias.
Atraindo novos olhares para a indústria independente
Além de manter o foco em desenvolvedores indie, o BIG Festival busca atrair novos olhares para o setor da indústria. Terra diz que “você entra aqui e vê estande da Nintendo, Epic, mas o que eles estão promovendo são só jogos indie.
Ah, tudo bem: tem Hogwarts Legacy, por quê? Agora o BIG precisa falar que junto com o AAA que todo mundo conhece, você também pode conhecer o jogo nacional que está aqui do lado. Você coloca o jogo indie junto com o AAA.”
Maior variedade de produções
Caminhando pelos corredores dos jogos selecionados para o festival, encontra-se grande variedade de estilos. A produção local mostra variedade de estilos de jogo e estética visual que diferem muito uns dos outros.
Além disso, outro ponto importante: há grande preocupação na seleção e desenvolvimento de obras que contemplem diferentes públicos. Com o passar dos anos a “curadoria melhorou e aprendeu a dar mais visibilidade a determinados tipos de mecânica, jogos com foco em diversidade, começa a surgir um movimento para jogos mais diversos e mais inclusivos.
Então, a curadoria foi aprendendo a lidar com isso. Criam-se mais categorias, melhoram-se os critérios de avaliação. Chegamos em 2023 e temos uma seleção incrível, com o melhor que temos de produção no país.”
Desafio de aceitação nacional
Um dos principais desafios citados pelo presidente da ABRAGAMES é melhorar a descoberta do jogo brasileiro para o mercado local. É importante “deixar resistências sobre o jogo brasileiro e vamos começar a olhar como você olha para o lançamento da grande empresa japonesa, coreana ou americana.
Não é só porque é brasileiro, é porque ele é tão bom ou melhor. A curadoria, os prêmios e a forma como está sendo feita esse ano evidencia esse momento em que estamos: jogo nacional é tão bom ou melhor quanto qualquer jogo de fora.”
Investimentos em games
Alguns estados investem em games há mais tempo, entretanto alguns ainda são reticentes ao investir na indústria criativa. Segundo Terra, “o estado que não olhar para o setor de games da sua região vai ficar de fora da principal conversa de indústria criativa hoje. Games, hoje, é a ponta de lança da economia criativa do mundo.”
Mapeamento da indústria
Os dados para o segundo mapeamento da indústria de jogos está acontecendo e no BIG Festival era possível participar da pesquisa via QR Code. Todos os profissionais envolvidos com a indústria de jogos podem participar.
A primeira edição da pesquisa, publicada em 2022, concluiu que existem ao menos 1009 estúdios espalhados pelo país. Para Terra “não esperamos que aconteça um salto de 1009 para 3000 estúdios de um ano para outro.”
Entretanto, espera-se que tenha um crescimento e alguns dados importantes a ser analisado são as regiões de crescimentos e quais ações estados, munícipios e empresas privadas fazem no setor.”
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