Grande parte dos robôs utilizados no mundo corporativo são utilizados para aumentar a produtividade ou lidar com a baixa demanda de funcionários. Porém, uma companhia tem outro objetivo em mente, criar oportunidades de trabalho para os humanos, especialmente aqueles que possuem algum tipo de deficiência.
Eles criaram um café em Tóquio que tem três robôs que anotam os pedidos, servem as bebidas e até mesmo conversam com os clientes. Dez pessoas, todas com deficiências graves, trabalham em turnos para operar os robôs do café. Alguns atuam em cadeiras de rodas enquanto outros trabalham a partir de suas camas em várias partes do Japão.
Muitas pessoas que ficam presas às suas camas devido a acidentes ou doenças pensam que nunca mais poderão trabalhar. Mesmo que queiram, eles geralmente trabalham sozinhos em suas camas sem se comunicar com os outros. Dependendo de um monitoramento integral, eles podem acabar sentindo que que não são importantes para a sociedade, mas um fardo para os que os rodeia.
Mas não é assim que Kentaro Yoshifuji, CEO da OryLab Inc., pensa.
Avatares robóticos
Muitas pessoas pensam que os robôs trabalham de forma independente graças à sua IA e podem acabar substituindo os humanos, mas este café tem um conceito completamente diferente. Os robôs desse local são avatares.
Yoshifuji pensa que no futuro todos terão seus próprios avatares. Ele inaugurou uma empresa de capital de risco para desenvolver robôs quando ainda era um estudante universitário. Seu sonho de infância era poder ter um avatar que pudesse fazer outras tarefas e se comunicar por ele.
O primeiro robô construído se chama Orihime e tem um microfone que é controlado a longa distância. Além disso, alguns funcionários de sua empresa conseguem trabalhar através deste robô de apenas 20 centímetros.
Alguns de seus funcionários se comunicam com os clientes e controlam o robô utilizando os movimentos de seus olhos. Outro empregado se chama Yuta Banda, que nunca foi à escola devido a um acidente de carro que o fez perder sua habilidade motora, mas que hoje em dia trabalha com Yoshifuji a mais de 500 km da empresa.
Yoshifuji começou a desenvolver um novo robô em 2016 junto de um de seus funcionários com deficiência motora, chamado Yuta Banda. Porém, Yuta morreu ainda com 28 anos em 2017 sem ver o novo robô, mas Kentaro continuou a trabalhar no projeto. O novo robô, Orihime-D ainda precisa de vários ajustes, mas Yoshifuji pretende conseguir abrir um café de robôs em 2020.
Encorajamento além das fronteiras
O objetivo do café é utilizar os robôs para expandir as oportunidades de trabalho para pessoas com deficiência. Este é o primeiro projeto desse tipo no Japão e o organizador diz que esse possa até mesmo ser o primeiro do mundo.
Yoshifuji espera que o robôs encorajem pacientes não só no Japão, mas pelo mundo, a escolherem uma vida com mais esperança e dignidade. Os funcionários com deficiência sentem que poder trabalhar lhes dá uma razão para viver e que conversar com outras pessoas os deixa felizes.
Algumas pessoas dizem que os robôs vão roubar os empregos dos humanos, mas isso não é inteiramente verdade. Eles também podem agir como ferramentas para que pessoas com deficiência e aquelas presas às suas camas possam trabalhar e se sentir parte da sociedade. Os robôs podem ajudar a criar uma sociedade onde todos os que querem trabalhar podem achar um emprego.