De uns tempos pra cá, o que mais tem se visto no cinema de terror é o sobrenatural. Mesmo sendo um tema que gera grandes filmes, a atenção maior chegou após Invocação do Mal se tornar um grande fenômeno entre todos os públicos, atraindo muita curiosidade. Assim, desde então vários filmes aparecem trazendo novas narrativas que surfam nessa temática, e com A Luz do Demônio não foi diferente. Mas será que arriscar no novo deu certo? Segue aqui que vou te dizer!

Primeiramente, a narrativa aqui é muito ousada e diferente. Acompanhamos a freira Ann, que vive em um mundo onde os casos de possessão se tornam cada vez mais comuns com o passar do tempo. Por conta disso o Vaticano resolve abrir mais escola de exorcismo pelo mundo. Então, treinando padres para serem exorcistas e freiras para ser enfermeiras, Ann luta contra a opressão e pressão da igreja para se tornar uma exorcista e vencer o mal que a persegue.

De cara, temos aqui uma ideia até que curiosa. É difícil pensar um longa que traz temas feministas para o âmbito religioso. Mas a narrativa não só traz o tema como tenta nos mostrar a superação da protagonista em cima disso, o que não nego, é bem interessante. No entanto, o problema é que por mais que seja um tema interessante e curioso, é muito difícil de aceitar esse tipo de situação em locais religiosos. Portanto, é claro que acaba tornando a situação mais confusa do que assertiva, e acaba gerando um certo estranhamento também.

Super-heroína religiosa

Já não preciso dizer o quanto esse roteiro me pareceu estranho né (haha)? Vemos uma historia de exorcismo na qual há pautas feministas e esforço para causar uma sensação de filme de super herói. Afinal, temos a nossa heroína que luta contra a desigualdade e quer mostrar suas forças em um mundo onde as mulheres são negligenciadas por serem mulheres. Enfim, a ideia de A Luz do Demônio não é ruim, mas não consegue encaixar como tema para um filme como este, o que acaba fazendo com que toda essa história mirabolante morra na praia.

Agora, partindo para o elenco, infelizmente não tem nada de muito bom por aqui, pelo contrário, é o que mais me causou pânico assistindo. O único ponto positivo em meio a tempestade é a Jacqueline Byers (Ann) que consegue mostrar sentimento em sua personagem. Assim, mesmo carregando umas falas até meio que estranhas em algum momento, ela consegue segurar bem a barra e manter tudo na linha do que dá pra ser.

Embora exista todo esse defeito de roteiro e o elenco não ajude, a produção chega a ser um acerto aqui, pois consegue estruturar bem o cenário que é proposto. Ou seja, trazendo uma atmosfera sombria e pesada quando é preciso, o que por si só já garante um bom visual para um filme de terror, onde todos os fatores como do audiovisual andam lado a lado para proporcionar tensão.

Por fim, temos aqui um longa que é extremamente curioso e que tenta trazer uma espécie de novo subgênero do terror. No entanto, mesmo que a ideia de A Luz do Demônio seja interessante, não é o suficiente para se sustentar e acaba caindo em um clichê chato e arrastado que no máximo dá alguns sustos com jumpscare que são as vezes previsíveis, e outros nem tanto.

REVIEW
A Luz do Demônio
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Fernando Oliveira
Jornalista em ascensão, cinéfilo e perito em filmes ruins de qualidade duvidosa.
a-luz-do-demonio-reviewEm A Luz do Demônio, as ocorrências de possessão demoníaca aumentaram nesses últimos anos, de acordo com o Vaticano. Para ajudar a combater o crescente números de casos, a Igreja decidiu abrir uma escola voltada a treinar padres aptos para praticar exorcismos. A Irmã Ann está entre os alunos da escola, e, apesar dela ser uma das únicas mulheres na escola, ela acredita que seu destino é realizar exorcismos. Quando um professor sente seu dom especial, permite que ela seja a primeira freira a estudar e dominar o ritual. Sua própria alma estará em perigo, pois as forças demoníacas que ela luta contra, revelam uma conexão misteriosa com seu passado traumático.