O objetivo das férias é nos fazer distrair a cabeça, esvaziar a mente de problemas e principalmente relaxar, se em meio a elas acontecesse algo inusitado, do tipo que te dá gatilhos do passado, o que você faria? A Filha Perdida é o drama de uma mãe amargurada que mantém sua vida livre, leve e solta que acaba se transformando em solidão graças a tantos momentos felizes de outras famílias, afinal qual a mensagem esse filme quis passar de verdade? A resposta? Depende de você literalmente.

A trama é arrastada e cansa de assistir, um filme que incomoda demais, não se mostra nada atrativo e por mais que eu ame tramas lentas, aqui faz bater o sono de tanta cena desnecessária e diálogos soltos. Para tentar trabalhar o vínculo com a protagonista, abusa-se de flashbacks, isso foi uma missão fracassada, pois o tão forçado que o filme quis que gostássemos da protagonista foi de irritar e querer abandonar o filme, e digo isso porque compramos o drama dela, entendemos a dor, não era necessário ficar enchendo linguiça para colocar contexto no drama da protagonista, ficou chato e desnecessário.

Entrando na parte de elenco, só vale mesmo destacar a protagonista, Olivia Colman no papel de Leda entrega muito, infelizmente é sabotada por uma trama monótona, mas expressões e gesticulações souberam falar muito mais do que seus diálogos, não é a toa que a mesma concorreu ao Oscar de Melhor Atriz. Seus atos colocam a semente da dúvida sobre o que está acontecendo no filme, o momento do plot é o que faz todos os problemas da obras serem piores ainda e nós continuarmos de olho na única personagem possivelmente boa de A Filha Perdida, se não fosse Olivia Colman, nada desse filme seria salvo.

A mensagem do filme não é tão clara, mas se mostra genial, podemos ver claramente o que é uma mãe em frangalhos ao decidir seguir a vida ao invés de se manter presa as suas filhas e marido, nós devemos sempre buscar nosso bem estar, mas qual a consequência que isso pode gerar? No caso de Leda temos uma escolha que pode ser mostrada como egoísta porém necessária para alguém que não queria aquela vida, ao mesmo tempo o quanto irresponsável pode ser abandonar suas filhas menores só porque não buscava aquela vida? Ao mesmo tempo, como o decorrer do filme mostra, Leda não ficou exatamente bem com essa escolha, mesmo que ela tenha buscado a felicidade no fim já havia se transformado em amargura, isso que Leda diz em cena ser uma mãe degenerada, então temos uma personagem estilhaçada devido a escolhas do passado, com isso fica a pergunta, qual seu julgamento, ela estava certa ou errada em abandonar as filhas e seguir a vida, e será que valeu a pena? É intrigante, admito não ter uma opinião formada, não acho justo com as crianças, mas quem sou eu para julgar a dor do próximo, talvez a melhor mensagem dessa temporada do Oscar disparado, porque não existe uma escolha certa, a única coisa que estamos fazendo é julgar o próximo sem saber sua dor e seu passado, é de se aplaudir de pé.

Ritmo lento não faz de um filme uma obra prima, se não souber trabalhar nada em trama arrastada, é só mais um filme chato que todos vão desistir no meio, o plot e a mensagem são grandiosos contudo ofuscados por um filme monótono, A Filha Perdida faz jus a indicação de Olívia Coleman e só isso, acredito ser um filme que passou desapercebido pelo público ou talvez nem assistido pelos mesmos, não preciso chamá-lo de problemático e esquecível, a obra já faz isso em tela.

ASSISTA AGORA NA NETFLIX