Oi, e aí!? Depois de muitos burburinhos, Mais Que Amigos finalmente chegará aos cinemas brasileiros trazendo algo novo, sendo vendido como a primeira comédia romântica gay produzida por um grande estúdio, o longa aborda dois rapazes homossexuais que vivem a vida de solteirões desapaixonados até que o dia que se encontram em uma balada. Mas será que vale a pena ?
Inicialmente, é preciso parabenizar a Universal Pictures por ter aberto suas portas para esse filme, pois no cenário hollywoodiano atual, filmes como esse, que retratam um amor dentro da comunidade lgbtqia+, são infelizmente escassez , mas agora, existe pelo menos uma pequena esperança de que esse cenário possa mudar.
No longa acompanhamos Bobby Leiber (Billy Eichner), um rapaz já acima dos 40 que nunca viveu um romance, mas, se sente muito bem com isso, porém tudo começa a mudar com a chegada de Aaron (Luke Macfarlane), um homem musculoso e fora dos padrões na visão do Bobby, mas que aos poucos vai tomando conta de todo seu coração.
De cara, é preciso enaltecer a escolha de elenco feita aqui. Temos um elenco praticamente 100% da comunidade lgbtqia+, o que é muito raro no cinema hollywoodiano, já que até mesmo os personagens homossexuais na maioria das suas vezes são interpretados por atores heterossexuais. E claro, trazer menção honrosa ao Billy Eichnner e ao Luke Macfarlane, pois ambos sabiam da importância de seu papel perante toda a situação atual que a comunidade enfrenta, mas mesmo assim, conseguiram desempenhar ótimos papeis que transmitem sentimentos e muita transparência, diria que existe um grande amor pelos seus papéis e conseguimos sentir isso em cenas.
Já sobre o enredo, o filme cumpre bem com sua proposta, sendo bem divertido quando falamos da comédia (embora um pouco exagerada em alguns momentos), e bem acolhedora e quentinha quando se trata do romance. Assim, trazendo um casal que nos diverte do inicio ao fim e ainda consegue arrancar algumas lágrimas (experiência própria!).
Já trazendo para a direção, o filme segue o mesmo esquema do elenco, buscando trazer mais pessoas de dentro da comunidade para contribuir na construção do longa, e um deles é o próprio Billy Eichnner, que idealizou todo o projeto e teve a brilhante ideia de construir essa narrativa nos apresentando sua perspectiva de vida sendo um homem gay, branco e cis. E aqui ele constrói um longa que não só é bem divertida, mas também explora muitas críticas sociais relacionadas a homofobia, aceitação e desmitificando muitas visões erradas sobre a comunidade em um contexto geral.
Por fim, devo concluir que aqui temos uma ótima comédia romântica em um tempo onde a maior parte costuma falhar, sendo um filme totalmente divertido e que nos aquece o coração, além de claro, nos trazer um grande ensinamento sobre a vida. É de extrema importância que filmes como esse voltem aparecer nos cinemas daqui pra frente, pois só assim será combatido todo esse preconceito enraizado que muitas pessoas tem a respeito da comunidade lgbtqia+.