Ano passado eu fiz uma lista de 5 Manhwas Boys Love que todo mundo precisava conhecer e entre os títulos estava Love or Hate, meu queridinho de drama que estava sendo publicado em volumes e ainda não havia sido finalizado. Entretanto, durante minha pesquisa, eu descobri que apesar dos volumes não terem sido finalizados, a publicação na plataforma já havia terminado (!!!) e com somente uma temporada para eu ler, eu tive que me envolver na montanha-russa de emoções que o título me trazia.
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Love or Hate é um drama que acompanha três diferentes protagonistas, sendo eles entrelaçados pelo romance. O primeiro protagonista é um escritor que ganha a vida escrevendo colunas freelancer (Lee Haesoo). Nunca tendo decolado na sua vida profissional, Haesoo luta constantemente com sua insegurança, ainda mais por ser o (ex)meio-irmão de um ator famoso (Choi Joowon). A relação dos dois começou quando a mãe de Haesoo e o pai de Joowon se casaram, o que ninguém esperava é que os dois (adolescentes na época) acabariam se apaixonando e desenvolvendo uma relação romântica que acabou com o casamento dos pais. Anos depois os dois ainda se encontram em um tipo de relação “não definida” que nunca terminou, mas também nunca começou. A casualidade do romance dos dois é abalada quando o terceiro protagonista – o fotógrafo K (Song Taekyung) – pede para ser entrevistado por Haesoo e começa um triangulo amoroso com os outros dois personagens.
A história que poderia ser só mais um triangulo amoroso clichê de “quem vai ficar com quem” rapidamente acaba tirando essas expectativas dos leitores e mostrando que tem muito mais a oferecer. Mais do que um simples romance entre rapazes, o drama de Love or Hate é a respeito de aceitação, tabus, preconceito, autoestima e a constante busca pela nossa própria identidade.
Haesoo é um personagem sensível que busca em relações efêmeras o consolo pelo seu primeiro (e constante) amor nunca ter sido finalizado. Em seus romances rápidos, ele não cria laços, e a comodidade faz com que sua relação com Joowon nunca termine. Porém, o que Haesoo realmente luta contra, é com o amor próprio, a busca constante em ser alguém “importante” para ele mesmo e para os outros. A relação complicada que ficou após a separação dos pais fez com que a proximidade que tinha com a mãe fosse estremecida, e surgisse um rancor e mágoa sobre como as coisas foram estabelecidas.
K, ou Taekyung, vem como uma figura essencial para Haesoo descobrir mais sobre si mesmo e sua própria capacidade. O jovem e talentoso fotógrafo é uma figura que causa inveja no escritor. Sem medo de ser ele mesmo, e bem-sucedido em tenra idade. Haesoo então é colocado em uma sinuca de bico, onde ele odeia o fotógrafo que é extremamente gentil e provocativo com ele, quando os dois começam a se envolver sexualmente (e emocionalmente) ele se vê pela primeira vez tentado a desistir de vez da sua relação com Jowoon. Mas qual seria o motivo? K? Ou então uma saída simples para a situação caótica familiar que foi estabelecida pelo seu romance proibido?
Jowoon e Taekyung são figuras similares e extremamente diferentes. Enquanto ambos possuem uma personalidade forte e um desejo intenso de posse e de ter o que eles desejam, Jowoon é movido por sentimentos amorosos claros, sendo um personagem extremamente sentimental. Por sua vez, Taekyung é movido pela sua curiosidade, sua frieza e ausência de laços amorosos anteriores faz com que ele se torne alguém racional e decidido naquilo que ele deseja.
Love or Hate bate de verdade nos leitores, ainda mais nos que estão na casa dos 30, porque ele não tem papas na língua para nos trazer temas que acompanham o nosso crescimento como adultos, seja na vida profissional ou pessoal. Uma das frases do Haesoo me marcou demais, e eu aproveito para compartilhar:
“Eu não preciso de afeição para preencher o vazio dentro de mim. O que eu preciso… é de mim mesmo, e nada mais.”
Mesmo que os capítulos finais tenham um ar apressado e até mesmo “pouco resolvido” eu acho que é melhor do que alongar uma temporada só para “encher linguiça”. Eu gostei das escolhas do autor por abordar o drama de maneira mais concreta e menos fantasiosa que nem outras histórias de manhwas que acabam indo mais para o caminho “novela”.
Love or Hate é lindo, profundo, sensível, triste e traz um quentinho ao mesmo tempo que um amargor. Só não é perfeito porque não acabou como eu queria (*cries in fangirl*) mas isso não significa que tem menos espaço no meu coração.