A categoria filme B é algo delicado a se cutucar, pois como o próprio nome diz, são filmes de baixo orçamento feitos por produtoras muitas vezes independentes que querem ingressar na área. Então é lógico que teremos filmes questionáveis quanto a roteiros amadores e produções baratas, mas é legal valorizar aqueles que buscam a área do cinema, mas também há produções que exigem muito da nossa paciência, Nazistas Africanos do Kung Fu é um filme que poderia ser interpretado como besteirol, mas nem para isso serviu e sinceramente parabéns quem terminou de assisti-lo.
As pessoas têm que entender que é importante desenvolver a criatividade, mas há limites, não é tudo que parece uma boa ideia que será bem produzida em tela, esse filme é o maior exemplo do que não se deve fazer em uma obra cinematográfica, a sátira desenvolvida acabou caindo para o tosco e o ridículo, longe de ser um besteirol, e o longa está abaixo do medíocre e provavelmente passará desapercebido pelo público, nem os amantes do besteirol darão uma chance para ele.
Digamos que a tentativa aqui era ironizar sobre tempos de Hitler e brincar de “What If” sobre a era nazista, não tiveram limites e abusaram do politicamente incorreto, normal de um besteirol que sabe como trabalhar um humor mais ácido, mas até aí já tivemos exemplos de filmes muito melhores com esse time de humor – Jojo Rabbit foi um deles – no caso aqui temos uma obra questionável que “talvez” conquiste um público, mas um público bem nichado, isso se não desistirem antes, porque o problema está longe de ser o politicamente incorreto. O conjunto da obra é ruim, o trash conquista pelo tosco, contudo jogado em uma história sem pé nem cabeça que pode ser facilmente confundido com um anime de gênero shounen onde o protagonista tira uma força de vontade do nada, só porque o roteirista quis e ponto final, sinceramente que filme horrível.
Longe de mim criticar produções independentes, isso porque acho que o melhor jeito de crescer nessa área é realmente tentar obras criadas pelo próprio esforço, sim é difícil, mas tantas produtoras independentes com belas obras que estão em serviços de streaming menores ou até subidos no Youtube conseguem dar um baile de qualidade em muitas obras ditas grandes de estúdios conhecidos, muitas vezes as animações são as mais frequentes das obras independentes, pena que muitas vezes são pouco valorizadas, mas também são pouco vistas, o mercado cinematográfico é injusto e o dinheiro fala muito alto, por isso a academia colocou uma categoria para valorizar essas obras, porém não se limitem só ao que é indicado.
Li pelas redes sociais que isso pode ser o melhor filme ganês de todos os tempos, eu não sou conhecedor das grandes obras ganesas, mas se Nazistas Africanos do Kung Fu está colocada como uma grande obra, Deus me livre e guarde das outras, porque foi uma verdadeira sofrência terminar de assisti-lo, um dos piores besteirol já feitos e nem todo lado trash e politicamente incorreto salva tal desastre. Combinamos aqui em enterrá-lo a sete palmos e nunca mais falarmos desse filme.
Curiosidades: Com exceção do roteirista e codiretor alemão Sebastian Stein, que interpreta Adolf Hitler, e de seu amigo japonês Yoshito Akimoto, que assumiu o papel de Hideki Tojo, os demais atores são todos ganeses e nigerianos. Durante as filmagens, o proprietário de uma das locações pensou que a encenação era uma cerimônia vodu, por causa das bandeiras, adereços e fantasias, e a equipe foi expulsa do local. Com apenas quatro semanas de filmagens, a produção teve orçamento total equivalente a 20 mil dólares.