quarta-feira, novembro 19, 2025
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Okinawa Edição Especial | Review

Okinawa é um mangá sensível e histórico sobre os impactos sociais, econômicos e culturais da guerra nessa província japonesa. O autor da obra é Susumu Higa, natural de Okinawa e ganhador de diversas premiações.

No Brasil, a Editora Conrad publicou o mangá em uma edição, no mínimo, maravilhosa. Ela possui capa dura, 544 páginas com algumas coloridas e reúne em um só volume as duas edições lançadas separadamente no Japão.

Assim, estre grande compilado reúne as histórias de Espada de Areia e Mabui, que retratam como foi a guerra e os reflexos deixados por ela até os dias de hoje.

Okinawa: lugar sagrado, regado com sangue

Em suas narrativas, Susumu Higa apresenta o vínculo entre os okinawanos e sua terra, trabalhado de diferentes perspectivas.

Okinawa Conrad Editora
Desrespeito militar | Conrad Editora | Divulgação: Suco de Mangá

Primeiro, nos capítulos de Espada de Areia, as histórias nos levam para o passado, durante os confrontos. Seja do ponto de vista de civis, soldados japoneses ou até mesmo soldados americanos, a mensagem é clara: não há crueldade maior do que uma guerra.

Sentimos o medo, a dor e a desesperança de famílias presas entre o fogo cruzado. Idosos obrigados a lutarem com nada mais do que um pedaço de madeira, crianças escondidas em túmulos e famílias completamente desfalcadas com as mortes.

Inclusive, Higa conta até mesmo a história de sua própria mãe, que protegeu os filhos diante de tropas japonesas, americanas, da fome e do desespero.

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Representação da mãe do autor | Conrad Editora | Divulgação: Suco de Mangá

Vemos bosques sagrados sendo destruídos para que o exército tenha suprimentos. Enfim, vemos um lugar pacífico e afastado ser inundado com o sangue de uma guerra que nada diz respeito a eles.

As consequências do passado

Em seguida, as histórias de Mabui acontecem em tempos mais recentes, trazendo a realidade de Okinawa décadas após o fim do confronto.

Terras sagradas são ocupadas por bases estadunidenses, centros de treinamento militar causam acidentes e atrapalham a rotina dos habitantes. No fim, mesmo que a guerra tenha terminado, Okinawa continua à mercê do exército norte-americano.

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Ocupação militar estadunidense na ilha | Conrad Editora | Divulgação: Suco de Mangá

Por outro lado, também vemos narrativas de amizade e de respeito entre pessoas de diferentes nações. A consciência de tamanho destruição causada, mas o reconhecimento pelos atos de redenção.

Mesmo assim, todos aqueles que vivem ali, de uma forma ou de outra, sofrerão com as consequências da guerra.

Riqueza cultural

Para além disso, Higa traz, com muito orgulho, tradições e crenças de Okinawa que são preservadas há gerações

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Costumes religiosos de Okinawa | Conrad Editora | Divulgação: Suco de Mangá

Por exemplo, a forte cultura das yutas e das noros, como sacerdotisas e benzedeiras. A relação dos nativos pela sua terra, compreendendo a conexão entre a natureza e a sociedade. Também, o profundo respeito pelos mortos e pelos espíritos, que causam uma série de maldições quando desrespeitados.

Enfim, Okinawa é uma leitura rica, encantadora e pesada. Não possui cenas viscerais ou excessivamente violentas, mas o principal sofrimento está no sentimento das suas personagens. Principalmente sabendo que as histórias são reais ou, pelo menos, muito próximas de acontecimentos verídicos.

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Capa dura e lombada do mangá | Conrad Editora | Divulgação: Suco de Mangá

Confira o mangá

SINOPSE

A edição brasileira de Okinawa, mangá de Susumu Higa, reúne em um só volume as duas edições lançadas separadamente no Japão: Suna no Tsurugi (“Espada de areia” em tradução livre do japonês) e Mabui (significa “alma” no dialeto de Okinawa). É um grande compilado de histórias curtas que refletem sobre a história difícil dessa província e expõem a espiritualidade tradicional de Okinawa, as realidades modernas da contínua ocupação militar dos EUA e a falta de sentido da guerra. Okinawa é um documento angustiante de guerra, mas também é uma obra que aborda os sonhos e as necessidades de um povo à medida que avança para um futuro incerto, tornando-se uma leitura essencial para qualquer pessoa interessada na Segunda Guerra Mundial e em seus efeitos nas vidas dos japoneses hoje, bem como nas pessoas e na cultura deste lugar fascinante e complexo. Com mais de 500 páginas, esse premiado mangá histórico em volume único também conta com muitos extras, capa dura e verniz localizado. A edição brasileira conta ainda com uma capa exclusiva e um texto feito especialmente para o Brasil a respeito da imigração japonesa.
Jaqueline
Jaqueline
Um pouco avoada, a doida das teorias da conspiração e leitora compulsiva do Nome do Vento. Adoro escrever sobre aleatoriedades, observar a natureza e ser engraçadinha em momentos impróprios, afinal esse é meu jeito ninja de ser.

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A edição brasileira de Okinawa, mangá de Susumu Higa, reúne em um só volume as duas edições lançadas separadamente no Japão: Suna no Tsurugi (“Espada de areia” em tradução livre do japonês) e Mabui (significa “alma” no dialeto de Okinawa). É um grande compilado de histórias curtas que refletem sobre a história difícil dessa província e expõem a espiritualidade tradicional de Okinawa, as realidades modernas da contínua ocupação militar dos EUA e a falta de sentido da guerra. Okinawa é um documento angustiante de guerra, mas também é uma obra que aborda os sonhos e as necessidades de um povo à medida que avança para um futuro incerto, tornando-se uma leitura essencial para qualquer pessoa interessada na Segunda Guerra Mundial e em seus efeitos nas vidas dos japoneses hoje, bem como nas pessoas e na cultura deste lugar fascinante e complexo. Com mais de 500 páginas, esse premiado mangá histórico em volume único também conta com muitos extras, capa dura e verniz localizado. A edição brasileira conta ainda com uma capa exclusiva e um texto feito especialmente para o Brasil a respeito da imigração japonesa.Okinawa Edição Especial | Review