Quem nunca levou um fora constrangedor, bebeu demais e acabou passando vergonha, ou teve crises existenciais? São essas memórias constrangedoras que todos nós temos o foco de Corenstein, quadrinho nacional de Cora Ottoni, publicado pela Editora JBC.
Cora é uma ilustradora carioca que participou de projetos como Irmão do Jorel, Johnny Test e Giga Blaster. Nesta publicação, a artista fez um compilado das suas experiências — algumas fielmente e outras nem tanto — que poderiam ser esquecidas na memória, mas foram usadas para divertir os leitores.
Agora, vamos falar do quadrinho, uma das obras nacionais que a Editora JBC trouxe para nós.
Corenstein
Primeiro, acho legal ressaltar que o quadrinho não tem uma linearidade, nem enredo. São várias tirinhas independentes entre si e cada uma conta uma pequena história. Particularmente, gosto desse formato, pois se torna uma leitura leve, realmente pra relaxar e se distrair.
Além disso, Corenstein possui cores bem marcantes, sendo cada tirinha de uma cor. A própria Cora comentou que uma das suas inspirações é o Fabien Toulmé, um quadrinista francês, e esse estilo de coloração me lembra totalmente as obras dele.
Em relação ao conteúdo em si, é um bom compilado de humor. Cora compartilha com a gente um pouquinho da sua vida de maneira divertida e descontraída. Assim, traz situações que conseguimos nos identificar e rir do nosso próprio constrangimento.
Por exemplo, olhar o quanto gastou depois de uma noite no bar e se arrepender amargamente depois. Ou mandar aquela cantada ensaiada e fazer a pessoa correr pra longe. Também, todos nós sabemos o que é procrastinar e ter preguiça de finalizar até as coisas que mais amamos.
Então, são situações cotidianas tão comuns, mas que na mão de Cora se tornaram momentos que valem a pena ser compartilhados. Mesmo que seja pra rir da própria desgraça.
Conclusão
Apenas a título de curiosidade, tive a oportunidade de conhecer a autora na Bienal de Quadrinhos de Curitiba. Todo o carisma e bom humor que ela transmite nessa publicação, também são percebidos ao falar com os leitores. Inclusive, ela teve a gentileza de nos dar um cartão postal, cuja história tive a felicidade de ver também neste livro.
Enfim, essa é uma publicação curtinha, com 112 páginas no total, contando com conteúdos extras além dos quadrinhos. Ou seja, dá pra ler facilmente em uma sentada só. E ler de novo quando der vontade, é claro.
Corenstein é aquela água com açúcar que conquista e traz um respiro no dia a dia. Este é apenas o volume 1 e estou ansiosa para ler os próximos que virão.