Eduardo Santos
    Eduardo Santos
    Pai, fã de visual-kei e Cavaleiros do Zodíaco. Admirador de artes excêntricas e um café passado na hora.

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    Hance fala sobre carreira, inspirações e desejo de conhecer o Brasil

    Hance, cantor e compositor japonês, vem ganhando destaque no cenário musical internacional desde seu debut em 2020 com o single “Yoru to Uso”. Conhecido por misturar estilos que vão do jazz ao pop-rock, o artista traz em suas canções uma fusão de influências culturais e musicais únicas, refletindo seu amor por diferentes gêneros e sua paixão por contar histórias através da música. Seu sucesso nas plataformas digitais, especialmente no YouTube, demonstra como sua música ultrapassou fronteiras e cativou fãs ao redor do mundo.

    Em entrevista exclusiva ao Suco de Mangá, Hance compartilha detalhes sobre sua carreira, inspirações e a conexão que busca criar com seu público. O artista fala sobre suas raízes musicais, o impacto de suas viagens internacionais em suas composições e revela seu desejo de visitar o Brasil, onde ele espera não apenas experimentar a cultura local, mas também realizar um show para seus fãs brasileiros.


    Primeiramente, muito obrigado pela oportunidade. É um prazer poder conversar com você, mesmo à distância!

    Obrigado por me receberem. Fico feliz em conversar com vocês, mesmo estando longe.

    HANCE-san, você debutou em 2020 com o lançamento do single “Yoru to Uso”, cujo clipe foi gravado na Espanha. O que te motivou a gravar o vídeo lá?

    Eu não planejava especificamente ir para a Espanha, mas a imagem da música me deu uma sensação vaga de que queria gravar em algum lugar da Europa. O diretor do clipe na época sugeriu Valência, na Espanha, dizendo que lá chovia pouco, o clima era agradável e combinava com a imagem que buscávamos. E ele estava certo. Comparado a cidades como Madri e Barcelona, havia menos turistas, e estando perto do mar, a atmosfera era calma, o que facilitou as gravações.

    O sucesso de “Yoru to Uso” já ultrapassou 1 milhão de visualizações apenas no YouTube. Esse era o sucesso que você esperava logo no primeiro lançamento?

    Não, de forma alguma. Eu canto principalmente em japonês, então não imaginei que tantas pessoas fora do Japão escutariam minhas músicas. Depois do lançamento, fiquei surpreso ao receber mensagens e comentários de vários países ao redor do mundo através das redes sociais.

    Muitos músicos japoneses só se tornam conhecidos mundialmente quando colaboram com séries de anime e outros conteúdos da cultura pop. Você assiste anime?

    Eu sei que essa tendência tem sido especialmente forte nos últimos anos. Colaborar com animes pode aumentar muito a visibilidade, então é uma estratégia comum. Como outros japoneses, cresci assistindo animes como Dragon Ball e tenho carinho por isso. No entanto, também gosto de dramas e filmes, então procuro equilibrar o que assisto. Existe a possibilidade. Eu gostaria de tentar se houvesse uma oportunidade. Minhas músicas costumam ter uma imagem mais madura, como city pop ou club jazz, então acho que combinariam bem com animes um pouco mais “hard-boiled”, como Cowboy Bebop ou Lupin III.

    Você colaboraria com uma série para um tema de abertura, por exemplo?

    Eu não estou focado exclusivamente em animes japoneses, então, se houver empresas ou criadores no Brasil ou em outros lugares que queiram colaborar em um filme ou anime, por favor, me deem uma chance.

    Suas composições costumam abranger vários estilos musicais diferentes, desde jazz até pop-rock. Quais são suas raízes musicais? O que te influenciou a seguir uma carreira na música?

    Minha mãe era cristã, então fui influenciado pela música da igreja. Meu avô era maestro de música clássica e tinha uma vasta coleção de discos. Claro, havia música clássica, mas também pop, blues e chanson, que também me influenciaram muito. Durante minha adolescência, fiquei obcecado pelo rock, e no final dos meus vinte anos, comecei a escutar uma variedade de gêneros, incluindo música eletrônica, jazz e latina.

    Eu também adoro filmes, então escuto muitas trilhas sonoras. As músicas de HANCE têm cores completamente diferentes, dependendo da faixa, e a razão pela qual você pode perceber diversos gêneros musicais nelas é por conta desse background.

    Você já viajou para vários países. Qual foi o maior choque cultural que você já experimentou? Você costuma compor durante suas viagens fora do Japão?

    Musicalmente falando, Cuba foi o lugar que mais me impressionou. O ritmo único e as melodias melancólicas de lá de alguma forma ressoam com a sensibilidade japonesa, e a cidade antiga e sua cultura ainda mantêm uma presença forte. Eu ainda não lancei tantas músicas, mas quero lançar um álbum com um sabor latino no futuro. Eu não teria pensado nessa ideia se não tivesse ido a Cuba.

    No dia 24 de julho, você lançou seu último single, “Sakura-bana”, uma balada com uma melodia aconchegante. Quais foram suas inspirações para essa produção?

    Na verdade, essa música foi criada há cerca de 20 anos e tem sido muito querida por mim desde então. Inspirada pela arma de ataque especial “Sakura”, desenvolvida pelo exército japonês durante a Segunda Guerra Mundial, a canção retrata uma mulher que continua a amar seu ente querido falecido pelo resto da vida. Gravei o clipe na minha cidade natal, Izumo, na província de Shimane, onde a boa e velha cultura japonesa ainda permanece forte. Ao sublinhar as melodias tradicionais japonesas com arranjos modernos, eu quis reviver os sentimentos das pessoas daquela época. Ouvi dizer que muitos japoneses viviam no Brasil durante esse período histórico. Espero que os descendentes de japoneses, de segunda e terceira gerações, no Brasil, escutem essa música.

    Qual música você recomendaria para alguém que está te conhecendo agora e lendo essa entrevista?

    Essa é uma pergunta difícil. Minhas músicas têm várias vertentes. Por exemplo, se você busca algo com essência japonesa, ouça “genka” ou “sakura-bana”, que expressam melodias e emoções japonesas. Por outro lado, se você procura uma atmosfera mais sofisticada de city pop, recomendo “The night and the lie” ou “spiral”. Como também incorporo ritmos latinos, acho que os brasileiros podem gostar disso.

    Bem, nós somos do Brasil, então… existe algum alimento ou lugar que você gostaria de experimentar quando vier ao nosso país?

    Em primeiro lugar, o Brasil é um dos países que mais quero visitar. Então, se alguém que ler isso quiser ouvir HANCE cantar ao vivo, por favor, me convide. Estou pedindo especialmente aos organizadores de eventos. Não estou particularmente interessado em “turismo” chamativo ou “pontos turísticos”. Quero interagir com as pessoas locais, ver as paisagens felizes que elas sentem no dia a dia e comer a comida que elas comem. Eu também adoro música animada como o sertanejo, então gostaria de ir a um lugar onde eu possa vivenciar isso.

    Foi um prazer escrever esta entrevista. Por favor, envie uma mensagem para seus fãs no Brasil!

    Minhas músicas têm tanto ritmos latinos, que te fazem querer dançar, quanto canções de amor que tocam o coração. Por favor, aproveitem não apenas a música, mas também o mundo que criei através dos videoclipes. E eu definitivamente quero fazer um show no Brasil, então, por favor, venham ao local quando isso acontecer! Estou ansioso para conhecer todos vocês através da música!

    Ouça Hance no Spotify: 

    Para mais informações, acesse o SITE OFICIAL.

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    Pai, fã de visual-kei e Cavaleiros do Zodíaco. Admirador de artes excêntricas e um café passado na hora.

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