Faz algum tempo que eu estava de olho em alguns shoujos muito populares lá fora mas que eu nunca consegui ler, por diversas razões. Quando soube que Koi Wazurai no Ellie (Lovesick Ellie) iria ganhar um filme live action em 2024, eu decidi que já era hora de voltar para essa demografia e dar uma olhada em uma das recomendações que mais recebi nos últimos anos.
Mascarando sua identidade
Eriko Ichimura é uma jovem estudante do ensino médio com um total de 0 presença. Afinal, não tem amigos e é constantemente usada para substituir as pessoas em tarefas que ninguém quer. Seu único prazer é constantemente acompanhar o aluno modelo Akira Ohmi, que é o príncipe do colégio.
Assim, nas redes sociais ela mantém uma conta de nome Lovesick Ellie, em que posta fantasias (vulgo fanfics) onde ela e Ohmi são namorados. Porém, um dia Eriko descobre que Ohmi está longe de ser quem as pessoas acreditam que ele é. Muito pelo contrário, ele tem uma péssima personalidade. Em pânico, ela derruba seu celular, e Ohmi acaba vendo a conta dela. Agora, ambos sabem o segredo um do outro, e isso os aproxima de uma maneira que ninguém poderia imaginar.
Em publicação de 2015 a 2020, a série conta com 12 volumes e foi indicada a categoria de melhor shoujo de 2018. Assim, é uma divertida história da descoberta do amor por protagonistas que são mais reais do que os que encontramos por aí.
Com o passar dos anos, comecei cada vez menos gostar de obras em que os personagens são ingênuos e/ou perfeitos (Kimi ni Todoke, cof cof). Então, obras como Koi Wazurai no Ellie conseguem me conquistar fácil justamente por irem contra essa maré.
O drama da realidade
Adolescentes não são perfeitos, muito pelo contrário. Eles estão justamente nessa fase confusa e maluca de descobrimento, e uma obra que tenha adolescentes como protagonistas tem que captar justamente esses dramas do período.
Koi Wazurai no Ellie cativa justamente por ter um protagonista, Akira Ohmi, que não é alguém ruim, mas tampouco o príncipe que todos idealizam. Ele é apenas um garoto comum com gostos e desgostos. Entretanto, ele se adequa às expectativas dos outros por puro medo de decepcionar e ficar sozinho.
Já Ichimura é exatamente o que uma garota adolescente é, cheia de sonhos (inclusive eróticos) e paixões profundas. Ela não é uma dama pura, mas sua falta de experiência a dá uma ingenuidade comum dessa fase da vida.
Eu gosto também como a obra não foca tanto em problemas de comunicação dos personagens. Por mais que às vezes eles se enrolem aqui e ali, ambos protagonistas sempre acabam se resolvendo, o que torna a obra mais proveitosa.
Eles também não ficam enrolando em um “será que ele/ela gosta de mim” o que eu também aprecio, talvez eu esteja só velha, mas eu não aguento mais enrolação por mal-entendido.
Adaptações
Com 46 capítulos, a obra é super gostosa de se ler, MUITO divertida e entrega tudo o que queremos ver em um shoujo, sem as partes irritantes que muitas vezes acompanham os mangás dessa demografia.
Sem qualquer tipo de previsão para ser publicado no Brasil, Koi Wazurai no Ellie possui volumes físicos e digitais em inglês disponíveis para serem adquiridos nos sites mais populares de compras de livros. Além disso (como eu disse anteriormente), um live action da obra deve estrear em breve, e espero que isso atraia a atenção de algum streaming e traga o mesmo legendado para nós brasileiros.