E as surpresas não param de surgir! ‘A Cor Púrpura’, longa-metragem baseado no livro de mesmo nome e que de certa forma carrega o peso de uma adaptação anterior, finalmente chega aos cinemas brasileiros prometendo não só honrar o legado que Spielberg deixou com sua primeira versão, mas dar uma repaginada nessa história e apresentá-la para um novo público de forma convicta. O Sucolino esteve lá para conferir e venho agora te contar. Será que foi um acerto ou deveria ter parado lá na adaptação de 1985? Acompanha aqui e vem comigo!
Em ‘A Cor Púrpura’, acompanhamos a história de duas irmãs que são separadas quando jovens após grandes eventos dramáticos em suas vidas. Sem perspectiva emotiva na vida, a irmã mais velha, Celie, passa a viver dia após dia na esperança de que sua irmã retorne de alguma forma para a sua vida. Mas o que Celie não esperava é que sua vida voltaria a ganhar cor ao conhecer duas grandes mulheres que moldariam toda sua forma de ver a vida.
Uma coisa muito chamativa em ‘A Cor Púrpura’ é a forma como o diretor consegue conduzir vários tópicos mesmo que em um tempo relativamente curto. O diretor Blitz Bazawule mostra toda sua competência conduzindo não só a história de forma muito bem, sabendo dar os saltos temporais de forma excepcional sem nos deixar confusos, mas também dá um verdadeiro show em sua fotografia e montagem durante todo o momento. Os momentos musicais de todo o longa são de tirar o fôlego justamente pelas escolhas certeiras do diretor que consegue conduzir tudo muito bem e de forma muito limpa.
Como já citado, o filme é um musical sim e é um musical dos bons! Embora eu sempre tenha que lembrar que não sou muito fã de musicais, alguns conseguem me prender de uma forma extrema e isso aconteceu com ‘A Cor Púrpura’. Todas as músicas se encaixam perfeitamente no seu devido momento e também proporcionam um momento de muita reflexão para todos os atos do longa.
Além de todos os acertos já ditos, o elenco é sem dúvidas o seu maior brilho. Com um elenco pesadíssimo e com protagonistas femininas poderosas, Fantasia Barrino, Danielle Brooks, Halle Bailey, H.E.R e Taraji Henson desempenham papéis poderosos e entregam um carisma que não é para qualquer um. Sendo um filme que aborda temas femininos de forma muito íntima, a presença das atrizes é a chave certeira para transmitir as ideias do roteiro, e claro, não é à toa que a queridíssima Danielle Brooks está representando o longa na temporada de premiações e é uma das indicadas ao Oscar como Atriz Coadjuvante.
‘A Cor Púrpura’ é um filme muito íntimo e respeita a obra original e também a sua adaptação anterior. Por mais que seja um grande risco assumir esse longa dessa forma até que mais leve, a junção de diretor + elenco é a chave perfeita do balanceamento e consegue tornar o filme uma das experiências mais lindas e comoventes desta temporada de premiações. É de fato uma tristeza que filmes como esse cheguem tão atrasados no Brasil e já sem muito impulso de marketing para os cinemas brasileiros, é sem dúvidas um longa que todos precisam apreciar e colocá-lo junto ao patamar de importância que ‘Barbie’ e ‘Poor Things’ têm dentre seus temas abordados.