Em todo o Brasil já é comemorado o Dia do Quadrinho Nacional. Uma data às vezes confundida como se comemorasse toda a produção de quadrinhos no mundo. Então para explicar melhor é preciso dizer que essa data foi escolhida quando a Associação dos Quadrinhistas e Caricaturistas de São Paulo, em 1984, levantou em pesquisas na Biblioteca Nacional (RJ), que o Brasil era pioneiro na publicação dessa linguagem.
Foi descoberto então Ângelo Agostini, um italiano radicado no Brasil, que começou a publicar em 1867 seus desenhos e charges no “Cabrião”, jornal de São Paulo. Em 1869, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde fazia uma série no semanário “Jornal Vida Fluminense”, publicando em 30 de janeiro do mesmo ano a primeira novela gráfica do mundo “As aventuras de Nhô-Quim – Uma viagem à corte”. Era uma página dupla a cada semana em uma novela com a história de Nhô-Quim viajando de Minas Gerais para a corte do Rio de Janeiro.
Despois da descoberta, a Associação levou toda a documentação adquirida nas pesquisas aos órgãos responsáveis para conseguir que esse dia, 30 de janeiro, entrasse no calendário oficial do Brasil como sendo o Dia do Quadrinho Nacional. Isso aconteceu um ano depois, em 1985.
Essas informações são relevantes, já que vemos hoje em dia muitas matérias na mídia, algumas equivocadas falando desse dia como sendo do quadrinho estrangeiro, quando na verdade a comemoração é de nossos artistas. O Troféu HQMIX, “Oscar” dos quadrinhos brasileiros, criado por Gualberto Costa e JAL, diretores da associação na época, faz um levantamento anual de lançamentos de quadrinhos no Brasil e em 2015 foram mais de 1700 nacionais. Isso demonstra que os quadrinhos estão em alta apesar da crise, conquistando cada vez mais leitores.