Enfim, saiu o primeiro episódio desse anime que tanto me intrigou antes mesmo de sair. Sangatsu no Lion, animado pelo estúdio SHAFT, terá 22 episódios e é baseado em um mangá de Chica Umino (Honey & Clover).

Essa combinação de extremamente cáustico com extremamente doce deve ser no mínimo curiosa para qualquer fã de anime de longa data, e eu já comentei sobre isso na minha impressão inicial.

Minha impressão?

– Foi tão conflituoso quanto soava.

sangatsu-no-lion-imageO episódio já abre com uma cena muito Chica Umino – um personagem reflexivo, um tanto de realismo na cena no metrô, quase dormindo. Se Honey & Clover, sob a direção da JC Staff, se destacou pelo seu tom bittersweet durante toda a narrativa, com mensagens de como errar e se arrepender mais do que qualquer coisa, o discurso no melhor estilo Shinbo – com direito às assinaturas como o SHAFT headtilt – teve o tom esperado: totalmente amargurado, totalmente bitter e nada sweet.

Mas e aí? Continua assim o episódio todo? Felizmente, não. O começo foi uma forma de dizer: sim, somos SHAFT, sim, estamos aqui mantendo nosso estilo mesmo numa série como Sangatsu no Lion. Mas depois temos a história em si, do jogador de Go que é um prodígio que faz muito dinheiro mesmo sendo apenas um estudante, mas que vai indo mal nos jogos e que sofre com a pressão de todos – afinal, ele é um jogador profissional e consegue se sustentar com isso e tão tenra idade! – e ao mesmo tempo sem saber que rumo dá para a sua vida, enquanto convive com as três irmãs que gentilmente tornam sua vida um pouco menos miserável.

E a premissa?

sangatsu-no-lion-image-2É uma premissa muito interessante, sem dúvidas. O traço da autora foi muito bem mantido, com aquele colorido meio desleixado que lembra Madoka Magica ou algo do gênero. Não tem riqueza de detalhes, mas é OK. A abertura é facilmente uma das minhas favoritas da temporada. O que falta, então? Talvez equilíbrio.

Não existe nenhum tipo de transição entre os momentos mais dramáticos e os fofos, como é típico de anime do estúdio SHAFT; tudo é muito estereotipado – momento fofo, momento dramático, momento X ou Y – e se isso funciona muito bem para séries com tons mais sarcásticos, como um Sayonara Zetsubou Sensei, ou desconstruidonas tipo Madoka Magica, aqui fica só um pouco desconsertante. Vai ser uma série de drama, de emprego, de…? Qual é exatamente o objetivo, onde querem chegar? A impressão que me passou é que a própria equipe de produção não tem muita certeza.

Minha impressão final do primeiro episódio? Foi… tipo misturar brigadeiro com suco de limão: você pode gostar muito de um, de ambos ou de nenhum, mas a mistura não combina bem e no fim dá só um negócio meio confuso e difícil de digerir. É bonito, é. É legal, é. Mas, por enquanto, a julgar unicamente pelo primeiro episódio, para por aí. Se essa mistura vai ficar mais gostosa daqui a uns tempos, é esperar para ver.

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